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A criação em meio ao caos
O preconceito e a desigualdade social ultrapassam fronteiras culturais e criam movimentos estéticos que caracterizam e evidenciam estas situações. Para o rapper e produtor Tricky, “são os tempos difíceis e o caos que promovem a boa música”. Dono de um espirito livre e personalidade forte, o artista faz de suas composições um reflexo de sua história.
Nascido em Bristol, na Inglaterra, em 1968, Tricky teve uma infância conturbada. Abandonado pelo pai antes do seu nascimento, Adrian Nicholas Matthews Thaws - como foi registrado - cresceu aos cuidados de sua avó, após o suicídio da mãe. Ele tinha apenas quatro anos.
Na adolescência, Adrian se juntou a um grupo envolvido em roubo de carros e assaltos, e chegou a ser preso, experiência que nunca mais repetiria. Seu temperamento lhe rendeu o nome Tricky – em inglês, complicado, difícil.
Começou a compor ainda adolescente e, no final dos anos 1980, passou a fazer experimentações musicais com amigos que uniam hip-hop, jazz e soul. Assim nasceu a banda Massive Attack, cujo primeiro álbum Blue Lines foi responsável pela popularidade do trip hop na década de 1990.
Em carreira solo desde 1995, Tricky lançou 12 discos, criou seu próprio selo, o False Idols, e acredita cada vez mais na potência e legitimidade de seu trabalho. “Eu talvez não possa mudar muita coisa, mas pelo menos terei uma voz”.
Em passagem ao Brasil em 2015, ele se apresentou durante o Festival Nublu Jazz, no SESC Pompeia. O show inédito do cantor é exibido este mês, no SescTV.