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Retrospectiva Direitos Humanos no Sesc Vila Mariana
Por Ana Ribeiro*
Chegamos ao último mês de 2020, período de fechamento e reflexão para muitas pessoas. Este foi um ano difícil de entender e de planejar. Ainda assim, é válido refletir sobre os sentimentos individuais e coletivos, os novos modos de encontro, descobertas, atividades e caminhos da nossa sociedade e comunidade.
O mês de dezembro também é marcado pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado no dia 10. Neste sentido, o Sesc Vila Mariana propõe uma retrospectiva das programações realizadas com a temática de Direitos Humanos durante o ano, evidenciando a transversalidade de áreas, o uso de linguagens artísticas e da educação para demonstrar a abrangência do tema. Essa retrospectiva também é uma oportunidade de rever as ações ou conhecê-las.
A inspiração para a data é a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, principalmente o 1º artigo: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”
Durante este ano, desigualdades e preconceitos foram escancarados e muitos dados apresentam aumento de pessoas em situação de vulnerabilidade. Mas é importante não perder de vista o que propõe a declaração, no sentido da equidade. As ações que estão abaixo são importantes por evidenciar as pessoas e iniciativas que corroboram com a solidariedade e criatividade, atuando há anos nessa temática.
Vamos relembrar?
Para começar, uma atividade de alimentação. Marifer, que é migrante venezuelana, compartilha conosco a receita de cachapa venezuelana e também sua história de família ao lado de marido Carlos, refugiado, saído da Venezuela para o Brasil. Esse vídeo pode ser assistido aqui:
A mostra “Palavras Cruzadas: Lugares de Fala Contemporâneos”, com curadoria de Daniel Lima, foi uma exposição física na Unidade, em 2018. Agora, no meio virtual, traz representantes de movimentos sociais falando sobre suas lutas. Reúne temas como racismo, homofobia, desigualdade social, migração e feminismo, destaca a importância do lugar de fala e as contínuas lutas contra preconceitos. Assista:
Durante a pandemia de COVID-19, as máscaras se tornaram indispensáveis, como forma de evitar o contágio pelo Coronavírus. Esta medida preventiva foi amplamente divulgada. No entanto, o acesso a elas não foi igualitário, tendo em vista mapas de desigualdade da cidade de São Paulo, como o da Rede Nossa São Paulo. Nossa Unidade, dentro do projeto Tecido Solidário, realizou uma parceria com a Deslocamento Criativo, iniciativa de economia criativa composta por refugiados e migrantes. Eles confeccionaram 1000 máscaras, que foram entregues gratuitamente. A série de vídeos, criada para apresentar e dar visibilidade à iniciativa, às pessoas que confeccionaram as máscaras e aos bastidores da ação, está a seguir:
Nos meses de setembro, outubro e novembro, 20 alunas e alunos participaram do curso de português para refugiados, que promovemos numa parceria entre Sesc, Cáritas Arquidiocesana e Senac, exclusivamente para pessoas em situação de refúgio. Ademais, tivemos também o Refúgios Humanos, uma formação para 100 professores da rede municipal de ensino, com palestrantes que são pessoas em situação de refúgio, em parceria com as Diretorias Regionais de Ensino do Ipiranga e Penha.
Ainda em novembro, lançamos dois webdocs da série “Teatro e ação social”, que marcam os trabalhos durante a pandemia dos grupos Cia Mungunzá de Teatro, do coletivo Tem Sentimento, da ONG Mulheres da Luz e da Casa do Povo, atuantes na região central da cidade de São Paulo, e do grupo teatral Coletivo Estopô Balaio, na zona leste de São Paulo. Organizações de solidariedade e de arte para a comunidade do entorno. Assista:
E, assim, finalizo nossa retrospectiva 2020 sob a perspectiva dos Direitos Humanos. Convido você a ter esse mesmo olhar para a sua retrospectiva pessoal.
REFERÊNCIAS
Declaração Universal dos Direitos Humanos. unicef.org/brazil, 2020. Disponível aqui. Acesso em: 03/12/2020.
Mapa da Desigualdade 2020 revela diferenças entre os distritos da capital paulista. nossasaopaulo.org.br, 2020. Disponível aqui. Acesso em: 03/12/2020.
*Ana Ribeiro é animadora cultural do Sesc Vila Mariana, responsável pelas programações das áreas de Diversidade, Direitos Humanos, Cinema e Literatura.