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Militão Augusto de Azevedo
Militão Augusto de Azevedo

Viajar no tempo pela fotografia é um privilégio se pensarmos que, antes de as câmeras analógicas atravessarem séculos como importantes ferramentas, eram as pinturas que interpretavam marcos históricos. Impressas em papel, as imagens passaram a narrar os fatos da sociedade.

Por isso, registros feitos por fotógrafos como Militão Augusto de Azevedo (1837-1905), Guilherme Gaensly (1843-1928) e Marc Ferrez (1843-1923) são verdadeiros tesouros da coleção da Biblioteca Mário de Andrade, digitalizados para maior alcance do público. Ao todo, o acervo virtual composto por 20 álbuns de fotografias originais soma 900 fotos realizadas no Brasil entre o final do século 19 e o começo do século 20. Entre os destaques, registros da cidade de São Paulo, de 1862 até 1919, pelas lentes desses três fotógrafos.

 

MILITÃO AUGUSTO DE AZEVEDO

Considerado um dos maiores nomes da fotografia do Brasil na segunda metade do século 19, o carioca Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) deixou um acervo raro de imagens. Um legado que mostra como era a cidade de São Paulo de 1860 a 1880.

 

 

Registros da Rua do Comércio, na época chamada de Rua do Commercio, no Centro da capital paulista: a primeira é de 1862, apenas com pedestres e pouca movimentação comercial, enquanto a segunda, de 1887, já apresenta os avanços urbanos como tráfego de charretes e estabelecimentos comerciais

 

 

No Centro da capital paulista, a movimentada Rua da Quitanda em dois períodos, 1862 e 1887: reparem na criação de sobrelojas nas edificações comerciais e na iluminação pública no segundo registro fotográfico

 

 

GUILHERME  GAENSLY

Nascido na Suíça, e de formação artística em Salvador (BA), cidade na qual a família morou ao chegar ao Brasil, Guilherme Gaensly (1843-1928) também se dedicou à fotografia. Na capital soteropolitana manteve um estúdio fotográfico de 1871 a 1895. Em 1894 abriu uma filial na cidade de São Paulo, onde registrou momentos históricos importantes, como a chegada de imigrantes italianos em Santos. Gaensly também foi fotógrafo oficial da São Paulo Railway, Light and Power Company, até 1925.

 

 

Grupo de trabalhadores na Estrada de Ferro Inglesa: obra da São Paulo Railway, planejada para transportar a produção de café do noroeste paulista ao porto de Santos

 

 

Lago com chafariz no Passeio Público em 1900, atual Parque da Luz, na região central da cidade: a inspiração na arquitetura e urbanismo parisiense

 

 

MARC FERREZ

Reconhecido internacionalmente como o principal fotógrafo brasileiro do século 19, o carioca Marc Ferrez (1843-1923) teve suas obras preservadas pelo neto e pesquisador Gilberto Ferrez. Famoso, sobretudo, pelas fotografias panorâmicas da cidade do Rio de Janeiro e arredores, Ferrez também fez registros históricos da cidade de São Paulo. Um pesquisador de técnicas e processos que desenvolveu projetos pioneiros, também fotografou obras realizadas pela São Paulo Railway, Light and Power Company.

 

 

Pessoas na ponte da Grota Funda, com vagões ao fundo, na região da Serra do Mar, obra da São Paulo Railway: registro de 1876

 

 

Registro da Ponte Grande, entre os anos de 1870 e 1882: erguida por volta de 1700, a Ponte Grande foi construída para que a população da São Paulo colonial pudesse atravessar o rio Tietê, na época chamado de rio Guaré

 

 

 

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