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Companhia teatral do Canadá traz reflexão sobre o teatro para bebês

Cena do espetáculo: Ondas, tudo que brilha vê <br>Foto: Divulgação
Cena do espetáculo: Ondas, tudo que brilha vê
Foto: Divulgação

A companhia canadense Le Théâtre des Confettis traz para o Sesc Santos, dias 25 e 26/set, o espetáculo teatral "Ondas, tudo que brilha vê", dirigido especificamente para crianças a partir de 18 meses

O espetáculo, que ilustra as possibilidades de entendimento, interação e conhecimento das crianças pequenas, será apresentado também no Sesc Santo Amaro no dia 28/set, como parte da programação do VII Festival Paidéia de Teatro para a Infância e Juventude - Uma Janela para a Utopia.

O teatro para bebês, que é cada vez mais conhecido internacionalmente e aprovado por profissionais que trabalham com o público infantil, pais e cuidadores, defende, entre outros pontos, que a capacidade poética já nasce com o indivíduo e que o acesso de bebês à cultura pode auxiliar na sua formação sensível.

Para estes pesquisadores, os bebês estão em constante comunicação e fruição estética, inclusive antes do nascimento, ainda no útero, antes, portanto, de absorverem qualquer outra regra social. De acordo com Leonardo Nicoletti, técnico de programação do Sesc Santos, em seu estudo “Os bebês e as artes – processos de criação e formação humana em devir”, explica que “Apesar de não figurar em registros da História das Artes, as produções para bebês, por questões sociológicas e que não cabem levantar no momento (na Idade Média crianças eram consideradas adultos em miniaturas), o contexto do século XXI faz com que muitos pesquisadores das diversas áreas se voltem aos estudos da primeira infância.”. Ainda, segundo Nicoletti, “(...) considerando a evidência da apreensão do mundo e seus constantes processos de representação simbólica que envolve os anos de um bebê, bem como a importância para o desenvolvimento dos sentidos, motricidade e concepção do mundo real, a arte para bebês tem relevância fundamental e se apresenta como um dos principais meios não formais de educação e promoção da qualidade de vida”.

Existem vários grupos, nacionais e internacionais, dedicados especificamente ao teatro para bebês e à arte para e com a primeira infância, como, por exemplo o Grupo Sobrevento, da Cia La Casa Incierta (Madri-Espanha), Theater Refleksion (Aarhus-Dinamarca), Les Incomplètes (Québec-Canadá), Cia. Pés Pequenos (São Paulo-Brasil).

O entendimento do teatro para primeira infância não está ligado ao raciocínio lógico. Por isso, de acordo com o Grupo Sobrevento, um dos responsáveis pelo “Primeiro Olhar – Festival Internacional de Teatro para Bebês” (que está em sua segunda edição), “investir em arte na primeira infância é também questionar o teatro, o que este se tornou e lembrar que temos mais a aprender com os bebês que a ensinar-lhes. Isso porque teatro é comunhão, jogo, encontro, um espaço sagrado de festa e de descobrimentos. Impele-nos a olhar velhas coisas como pela primeira vez e a redescobrir a capacidade de nos maravilhar que já tivemos e que ainda podemos recuperar”.

Sobre o espetáculo

A história segue uma pequena trilha de conchas e pedras que circunda uma grande tenda feita de tecidos. Escuta-se alguém tocando uma gaita. Surge a impressão que já tenham pessoas dentro da tenda. Eles querem que o público entre e veja. Uma vez dentro da tenda, o espaço é muito aconchegante, é morno, mas há uma brisa suave. Uma pequena melodia acalma o coração. A luz é gentil, como a do sol poente. Lá dentro, um homem alto sonha com o mar. Ele faz areia aparecer, e depois tartarugas, gaivotas e peixes, e depois a grama da duna, o céu, barcos e o tempo que passa. O homem não sabe esperar, então ele brinca de se esconder no fundo das águas. Ele se torna um tesouro que espera, e espera, e espera. Ao lado dele, outro homem alto faz música e deixa sua voz flutuar sobre o oceano. Esperar é ter esperança, e isso acontece com frequência. Acontece o tempo todo. Com crianças e com adultos também. Um “cartão postal” gracioso, oferecendo imagens, música, palavras e silêncio, como um poema para alguém que se ama… Ou férias em uma praia inventada.

Sobre a companhia

A criação dos espetáculos destinados a um público jovem se tornou uma importante especialidade quebequense e sua alta qualidade é muito reconhecida no exterior. Os intercâmbios e as coproduções são numerosos e constantes. A Companhia Le Théâtre des Confettis está entre aquelas que acolhem, em Quebec, residentes de outros grupos de teatro para um aprendizado mais aprofundado dessa temática. Desde sua fundação (1977) a Cia Le Théâtre Des Confettis (Quebec, Canadá) escolheu a infância como centro de seus trabalhos. Já são 24 espetáculos dirigidos à primeira infância, com apresentações no Canadá, América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia. A colaboração artística dessa Companhia também não conhece fronteiras geográficas ou barreiras culturais, levando-a participar de diversos encontros internacionais sobre o tema Arte na Primeira Infância e Teatro para Bebês. A equipe atual do Théâtre des Confettis é formada por Hélène Blanchard e Judith Savard com a direção artística de Marie Blanchard. A companhia é membro da Casa Quebequense de Teatro para a Infância e a Juventude (Maison Théâtre).

Fontes

:: Teatro para bebês: uma ideia inovadora pra você se apaixonar (Fundação Maria Cecília Souto Vidigal - 19/08/2013)

:: II Festival Internacional de teatro para bebês (Rede Nacional Primeira Infância - 11/08/2013)

:: Conseil de la culture des régions de Québec et de Chaudière-Appalaches

o que: Ondas, tudo que brilha vê
quando:

25 e 26/setembro, no Sesc Santos

quando: 28/setembro, no Sesc Santo Amaro