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Abra espaço para o jazz e o blues!
O mês de agosto chegou, e com ele o Festival Sesc Jazz & Blues, que apresenta os dois gêneros em suas interlocuções com as mais variadas influências da contemporaneidade, evidenciando o espírito de encontro e a mistura presente desde o surgimento desses ritmos.
Em sua 3ª edição, e com a proposta de atender um número maior de pessoas em diferentes localidades, o festival acontecerá neste ano simultaneamente em oito unidades do Sesc, localizadas nas cidades de Bauru, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Caetano do Sul, Sorocaba e Taubaté, durante 10 dias, com 13 artistas (oito nacionais e cinco internacionais), totalizando 40 shows. Além das apresentações, algumas unidades terão uma atividade de ação formativa com o jornalista e crítico musical Carlos Calado. O bate-papo ‘Música para todos: como ouvir o jazz sem medo’ vai abordar de forma acessível a linguagem do jazz e seus diversos estilos, com exibição de vídeos musicais e audição de discos.
E por falar nisso... qual é a real história do jazz e do blues?
Os ritmos têm origens comuns: nasceram entre os séculos XIX e XX, a partir dos cantos dos trabalhadores nas lavouras de algodão e dos cantos religiosos dos negros que viviam nos Estados Unidos. O blues e o jazz seguiram caminhos distintos em seus desenvolvimentos harmônicos e melódicos, mas mantiveram como principal característica o improviso, símbolo de um desejo latente de liberdade.
Artistas
Artur Menezes (BRA)
O compositor e guitarrista Artur Menezes é natural do Ceará, onde começou a carreira de música e estudou na Universidade Federal. Foi em 2006 para os EUA, e morou por dois anos em Chicago, tendo a oportunidade de se aproximar da efervescente cena do blues daquela cidade. Sua discografia solo conta com dois álbuns, sendo o último, #2 (2013) a base do repertório destas apresentações.
David Binney & Sinequanon (NOR/ BRA)
O quarteto instumental paulistano Sinequanon apresenta-se nesta edição do Sesc Jazz & Blues tendo como convidado o renomado saxofonista estadunidense David Binney. Aluno dos saxofonistas Phill Woods e David Liebmann, Binney trabalhou em shows e gravações ao lado de nomes como Aretha Franklin, Maceo Parker, Maria Schneider, Jim Hall e o trio Medesky, Martin & Wood. Tornou-se internacionalmente conhecido após o sucesso do ‘Graylen Epicenter’, de 2011.
Diunna Greenleaf & Blue Mercy (EUA)
Diunna Greenleaf é líder da banda Blue Mercy e já participou de grandes festivais pelo mundo, como Chicago Blues Festival e Montreal Jazz Festival, se apresentando ao lado de estrelas como BB King, Robert Cray, Aretha Franklin, entre outros. O compromisso de Diunna com o gênero vai muito além do desempenho no palco. Ela foi presidente, por três anos, da Houston Blues Society, fazendo história como a primeira mulher eleita para este cargo, além de introduzir o blues nas escolas primárias de Houston.
Edmundo Carneiro (BRA)
O trabalho do percussionista brasileiro transita com a mesma fluência por diferentes estilos como o jazz, ritmos brasileiros e a música eletrônica. Mudou-se para Paris em 1988, quando começou a tocar com o cantor Jacques Higelin. Desde então, tem colaborado também com importantes artistas da cena musical internacional, como Ray Lema, Chucho Valdez, Seu Jorge, Tânia Maria e St. German. Estas apresentações são baseadas em seu mais recente álbum, The Hands – Brazilian Essence.
Guitar 4 The Blues (BRA)
O projeto é resultado da amizade entre quatro guitarristas brasileiros apaixonados por blues. O show mescla músicas próprias e standarts do gênero, com os músicos se apresentando hora em duplas, fazendo duelos desconcertantes, hora no formato “jam session”.
Hiromi: The Trio Project (JPN)
A jovem pianista e compositora japonesa Hiromi Uehara iniciou na música ainda criança, tocando piano clássico, migrando posteriormente para o jazz. Estudou na Berklee School of Music, em Boston, e estreou em disco em 2003, com o álbum Another Mind. A musicista vem ao Brasil com show baseado em seu mais recente trabalho, Voice (2011), onde tenta expressar uma gama de emoções humanas apenas com a música, sem uma única palavra.
Lage Lund (NOR)
Nascido em Skien, na Noruega, o guitarrista Lage Lund se mudou para os Estados Unidos para estudar na Berklee School of Music. Depois, em 2005, foi o primeiro guitarrista a ser admitido na Julliard School of Music, de Nova Iorque. Desde então, teve a oportunidade de trabalhar com nomes como David Sanchez, Maria Schneider, Ron Carter e Winton Marsalis. Sua discografia atual conta com sete álbuns, dois deles lançados em 2013: Foolhardy e Owl Trio.
Marcos Paiva Sexteto (BRA)
Marcos Paiva é contrabaixista e produtor paulista. Seu primeiro álbum solo, São Mateus,, teve uma forte repercussão no meio musical e o segundo e mais recente, Samba no Prato, é o uma homenagem ao baterista Edison Machado e base do repertório destas apresentações.
Meschiya Lake and The Little Big Horns (EUA)
Meschiya Lake nasceu no estado da Dakota do Sul (EUA), onde começou a cantar ainda criança. Depois, na juventude, literalmente “fugiu com o circo” rodando por todo o país com uma trupe de artistas em um show de variedades. Ao chegar em Nova Orleans, capital do jazz, no Sul do país, resolveu por lá se estabelecer e dar continuidade à carreira, cantando nos tradicionais grupos de jazz de rua locais. Com a banda The Little Big Horns lançou dois álbuns, Lucky Devil (2010) e Fooler’s Gold (2013).
Stéphane Belmondo (FRA)
O trompetista e baterista francês demonstrou sua genialidade precocemente quando ganhou seu primeiro prêmio de música aos 19 anos de idade, em Marselha. Já tocou com Chet Baker na tradicional casa de jazz New Morning, em Paris, e gravou com nomes importantes da música como Gil Evans, Michel Legrand, Dee Dee Bridgewater, Yusef Lateef e Milton Nascimento. Neste espetáculo, Stéphane Belmondo apresenta o repertório de seu trabalho mais recente Ever After e mais um apanhado de sua trajetória.
Timo Lassy (FIN)
Lassy faz parte do grupo de músicos do jazz europeu que abraçaram tanto o hard bop e a tradição do soul-jazz como o aspecto mais sofisticado da virada do milênio no que diz respeito à cultura de clube (hip-hop e house music). Lançou em junho de 2007 seu primeiro disco, intitulado The Soul & Jazz of Timo Lassy e já está em seu quarto álbum, Live With Lassy de 2014.
Yilian Cañizares (CUB)
Nascida em Havana, a jovem violinista cubana iniciou cedo na música, tocando tanto o repertório erudito, graças a seus professores de origem europeia, quanto aquele de maior influência africana, graças às tradições da música de sua terra natal. Depois de Cuba, ganhou o mundo e morou em Caracas, onde tocou em Orquestras, e depois na Suíça, onde fundou um quarteto cujo nome homenageia uma divindade iorubá: Ochumare. Desde então faz o melhor para reativar o poder híbrido do jazz latino.
Ação formativa
Música para todos: como ouvir jazz sem medo
Bate-papo com o jornalista e crítico musical Carlos Calado, mestre em artes pela Universidade de São Paulo (USP) e autor da Coleção Folha Clássicos do Jazz (2008) e dos livros O Jazz como Espetáculo (1990) e Jazz ao Vivo (1989). A ideia é falar, de forma acessível, sobre a linguagem do jazz e seus diversos estilos, utilizando a exibição de vídeos musicais e audição de discos. A atividade é dirigida a qualquer pessoa interessada em ampliar seu repertório e não há necessidade de formação musical.
Acompanhe aqui a programação completa do Festival.
:: Leia os conteúdos produzidos sobre o Sesc Jazz & Blues:
Como ouvir jazz sem medo? Desmitificando a etiqueta de "música difícil"
O jazz contemporâneo do Sinequanon
Não tenha medo: jazz é música para todos
As cores e a voz de Meschya Lake