Postado em 17/06/2016
Realizado pelo Sesc Santo Amaro desde 2012, o projeto Modos de Existir chegou a sua sexta edição. Em cinco dias de evento, companhias, artistas, pesquisadores e editores de oito estados brasileiros – Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo – além do Distrito Federal, pensaram, discutiram e fruíram os vários modos da dança existir e habitar o espaço cultural. Espetáculos, intervenções, bate-papos, workshop, lançamentos e feira de livros foram realizados na unidade e no seu entorno - nas ruas e praças do bairro de Santo Amaro, em São Paulo.
Sacolas na cabeça (Foto: Sartoryi)
Nesta edição, as publicações em dança estiveram em evidência. "O objetivo é mapear, no país inteiro, o fluxo crescente de ocupação da dança em várias e diferentes plataformas, sejam físicas, virtuais, digitais ou impressas", explica o curador do projeto e curador Marcos Villas Boas. "A cena agora ocupa não só o palco, as ruas ou vídeos, mas está nas universidades, em teses de mestrado, doutorado, nos livros impressos e em publicações digitais. São maneiras da dança também existir”. Villas divide a curadoria com a coreógrafa e pesquisadora em dança Sigrid Nora, de Caxias do Sul (RS).
Aproveitando o tema, o Sesc em São Paulo lança uma plataforma com todo o material já documentado em módulos anteriores do projeto, e que continuará a ser alimentado a cada nova edição. Foram cinco edições realizadas até agora, cada qual com seu tema e abrangência - Coletivos (2012), Parcerias e Colaborações (2013), Companhias, Grupos e Núcleos, e Solos (2014) e Intervenções 2015. O site abriga históricos, sinopses, textos de reflexões e outras informações, surgidos a partir dos encontros nesses quatro anos de existência.
"A Dança, como linguagem artística, vem se diversificando em suas formas de produção no aspecto criativo, político e econômico”, explica Villas. Companhias oficiais e independentes, com artistas de modo coletivo ou individuais, “vêm expandindo sua atuação para o espaço público, para os vídeos, para os meios virtuais e assumindo a organização de mostras e festivais, deixando de ser apenas um criador para tornar-se também disseminador e provocador da produção de outros”.
A cada edição um mediador é convidado para acompanhar os encontros e discussões e produzir textos ora poéticos, ora ensaísticos, ora jornalísticos sobre a programação. Com isso, cria-se um acervo considerado de textos e entrevistas, resultado das edições anteriores, que merecem estar disponíveis para pesquisa.
O sexto módulo, que traz o tema publicações, reúne artistas que foram objetos de estudos e/ou que publicaram em formato físico ou virtual. Daí o lançamento de uma plataforma com todo o material já produzido, ativando o conteúdo existente e criando a partir dele desdobramentos e conexões com assuntos de interesse de pesquisa e informação para o público.
Assim, será possível mapear as discussões propostas pelo projeto, montando um quadro panorâmico de temas e questões pertinentes ao universo da dança. Além de servir como acervo e fonte para pesquisas teóricas e práticas, a plataforma pretende ser uma mediação para quem quiser se aproximar da produção contemporânea em dança.