Postado em 31/01/2017
Localizada no Cambuci, um dos bairros mais antigos da capital, a Rua do Lavapés guarda momentos marcantes do carnaval paulistano: era parte da rota de cordões e grupos carnavalescos desde o começo do século 19 e foi nela que surgiu a mais antiga escola de samba até hoje em atividade na cidade, batizada com o nome dessa via.
A rua
A Rua do Lavapés tem esse nome porque, no século 16, havia ali um córrego no qual tropeiros e viajantes que percorriam o caminho de Santos lavavam os pés e descansavam antes de entrar na cidade – na época, a rua funcionava como espécie de limite entre a zona rural e a área urbana. Hoje, a rua passa em cima do antigo córrego.
O samba
Desde meados de 1914, a Rua do Lavapés era um local tradicional dos cordões carnavalescos. Na década de 1930, na rua foi fundada a Sociedade Recreativa Beneficente Escola de Samba Lavapés, mais antiga escola de samba paulistana até hoje em atividade.
A fundadora foi Deolinda Madre, ou, como era conhecida, Madrinha Eunice (que morreu em 1995). Na época da fundação da escola, Eunice costumava viajar ao Rio de Janeiro com o marido e assistia aos desfiles cariocas na Praça Onze. Foi daí que surgiu a ideia de criar uma agremiação paulista e trazer para São Paulo os grupos com mestre-sala, porta-bandeira e ala das baianas. Foi nesse período também que cordões carnavalescos antigos, como Camisa Verde e Branca e Vai-Vai, tornaram-se escolas de samba no mesmo modelo.
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