Postado em 30/03/2017
Escultor, pintor e desenhista, Ernesto de Fiori nasceu em Roma, na Itália, em 1884, e morreu em São Paulo em 1945, após morar na capital paulista por nove anos. Antes desse período, teve uma trajetória de vida intensa: passou pela Alemanha, onde estudou desenho; por Paris, onde iniciou seus trabalhos de escultura; e, mais tarde, com cidadania alemã, alistou-se no Exército, combateu como soldado e foi correspondente de um jornal italiano.
Em 1936, mudou-se para o Brasil por discordar do regime nazista, e logo começou a circular no meio artístico paulistano. Por aqui, realizou esculturas retratando personalidades como Greta Garbo, em 1937, e Menotti del Picchia, em 1936 (ambas parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp), além de nus femininos e pinturas diversas. Hoje, algumas de suas obras também fazem parte de outros acervos de museus da cidade, como a Pinacoteca de São Paulo.
Obras em São Paulo
Em 1938, De Fiori criou, por encomenda do Ministério da Educação do Rio de Janeiro, três obras: Maternidade, Mulher Sentada e O Brasileiro – este último, hoje, faz parte do acervo do Masp. Outras obras escultóricas do artista também estão no museu, como Retrato Feminino (1938), Nu Feminino que Ajeita o Cabelo (1940) e O Guerreiro (1940).
Em paralelo, o artista dedicava-se à pintura. No começo dos anos 1940, pintou cenas urbanas de São Paulo como em Paisagem Urbana (1941, acervo Masp) e, inspirado pela Represa de Santo Amaro (como era chamada a Represa de Guarapiranga), onde velejava, realizou também pinturas das regatas, como em Represa (acervo Masp).
Em outros conjuntos de pinturas, o artista produziu trabalhos de tom politizado, como em São Jorge (1943-1944), que hoje faz parte do acervo da Pinacoteca de São Paulo, e Batalha com Bandeira (1941, acervo Masp), em referência às guerras e aos tempos de ódio e violência da época. Sempre crítico do nazismo, o artista faleceu em abril de 1945 sem ver o fim da Segunda Guerra Mundial.