Postado em 19/10/2017
De 24 de outubro a 19 de dezembro, o Sesc Ipiranga recebe o projeto Finitudes, que visa desmistificar a morte e discutir a existência humana. O ciclo abarca uma série de atividades em diferentes linguagens, abordando o tema da vida enquanto findável e as possiblidades que essa (in)certeza sugere. Artistas como Maria Alice Vergueiro, José Roberto Torero e Maria Eugênia, em suas diferentes áreas de atuação, discutem o assunto de forma ora indireta, ora incisiva.
O Ciclo Finitudes é parte de uma série de reflexões sobre temas sensíveis ao envelhecer e discorre sobre a existência do ser humano a partir do sentimento do finito. Ao convidar o público a refletir sobre este tema, o projeto promove abertura do diálogo e retira a morte do lugar silencioso e excludente que a sociedade inflige aos temas delicados.
A abertura do projeto acontece no dia 24 de outubro, às 17h, com o bate-papo “Filosofia e literatura: um diálogo sobre a morte”, em que a escritora Heloisa Seixa juntamente com o professor e filósofo Vladimir Safatle questionam a vida na contemporaneidade e a dificuldade humana de se apropriar de seu tempo. Após o bate-papo, acontece a performance "Morte, [a]terra", coreografada pelo bailarino Rubens Oliveira.
Além do bate-papo de abertura, outras duas mesas debatem a finitude humana. No dia 8 de novembro, em “A morte em diferentes culturas”, o professor Edgard de Assis Carvalho medeia a conversa entre o líder indígena Ailton Krenak e os professores Christine Greiner e Acácio Almeida. Neste debate os convidados relacionam a questão mortuária em diversas sociedades como a africana, oriental e indígena.
O direito à morte nas esferas médica, jurídica e pessoal, é o tema da mesa “O direito à morte: agenciamentos sobre o corpo”, que acontece no dia 30 de novembro, e conta com a mediação da jornalista Camila Appel e participação da advogada Luciana Dadalto, a economista Elca Rubinstein e médica Maria Goretti.
Lançamento
No dia 8 de novembro, após o bate-papo “A morte em diferentes culturas”, o professor Edgard de Assis Carvalho realiza o lançamento do livro “Sobre a Morte - Invariantes culturais e práticas sociais”, do qual é responsável pela tradução juntamente com Mariza Perassi Bosco.
No livro das Edições Sesc, organizado pelo antropólogo francês Maurice Godelier, a morte é decupada em diversos textos. A coletânea expressa a relação da humanidade com a morte, seus funerais, o entendimento da vida que se extenua, e como ela impacta naqueles que ficam.
A morte na arte
A atriz Maria Alice Vergueiro apresenta de 29 de outubro a 7 de novembro o processo de criação do espetáculo “A Vênus de Youkali”, em que, ao lado do ator e diretor Luciano Chirolli, questiona as relações de desejo e contemplação do corpo envelhecido. Nesta mostra de processo, é possível verificar a hibridização do espetáculo que vagueia no campo do teatro, performance e instalação a partir dos corpos nus de Maria Alice e Luciano.
Em “Carta a D.”, a leitura cênica surge a partir dos relatos íntimos verificados em uma oficina com idosos condensados aos escritos presentes na carta de despedida do filósofo André Gorz, que em 2007 se suicidou juntamente com Dorine Keir, sua esposa. Na oficina “Teatro das Horas Vagas” a Cia. Hiato irá preparar um grupo de não-atores da terceira idade para reviver os últimos momentos do casal da carta, apresentando o resultado nos dias 13 e 14 de dezembro.
Aludindo a morte com música e poesia, Nelson Sargento apresenta no dia 2 de novembro um repertório que explora a simbiose de sua obra autoral com a arte do poeta Manoel de Barros e a música de Nelson Cavaquinho. Neste show, Sargento explora as fronteiras do envelhecer, do ciclo da vida e as paisagens sonoras que a finitude humana nos dispõe.
O espetáculo “Fino Fio” acontece nos dias 27, 28 e 29 de outubro, com a bailarina Maria Eugenia performando diferentes traduções do viver-morrer, numa expedição pelo fino fio que une delicadeza e força, ligação e rompimento por meio de procissões religiosas, rituais mexicanos e festa da cultura popular.
Em “Diálogos Alados: colóquios sobre a morte”, os coreógrafos Luis Ferron e Luis Arrieta apresentam o díptico “Libélulas de Vidro” e “Os Corvos”, em que, sozinhos no palco ou na presença de bailarinos convidados, movimentam questionamentos como os de lidar com a morte do outro, a vivência do tempo que nos resta e o que a proximidade da morte nos fala da vida que construímos culturalmente.
A Mostra de Cinema Finitudes convoca títulos, diretores e grandes nomes da sétima arte para trazer visualidade ao tema da morte, projetando a importância do debate na sociedade. Filmes como "E se vivêssemos todos juntos", "Morte" e "A Despedida" fazem parte da programaçao.
Já as crianças têm lugar garantido de 26 de novembro a 17 de dezembro; para abordar de forma leve, bem humorada e delicada, a Cia. As Graças criou o espetáculo “Tem, mas acabou!”, que miscigena memórias das próprias atrizes com histórias do imaginário popular que estão no livro “Contos de enganar a morte”, de Ricardo Azevedo.
Para mais detalhes da programação completa, clique aqui.
--
Sesc ao pé do ouvido
Playlists criadas especialmente por artistas convidados e outras inspirações estão no perfil do Sesc SP.
Bom para acompanhar você quando estiver correndo, com saudade do Angeli e do Laerte dos anos 80 e outras cositas más. Chega mais!