Postado em 14/02/2018
Se a primeira metade do século XX traz para a música brasileira a diversidade e a proficiência, é por meio do rádio que diversos talentos foram lançados. A profícua produção de Jacob do Bandolim (1918-1969) condiz com as diversas fases e momentos de sua carreira, que passou desde a glamorosa Rádio Nacional até parcerias com os grandes sambistas e chorões de sua época, como Ataulfo Alves, Noel Rosa, Benedito Lacerda e diversos outros nomes daquela que fora chamada “a época de ouro” do rádio no Brasil.
Conhecido autodidata, Jacob teve sua inspiração musical desde muito cedo, com o estímulo da mãe que lhe comprara um violino aos 12 anos, abrindo as portas para o bandolim, instrumento com o qual fizera fama. Aos 16 anos, em 1934, foi lançado pela Rádio Guanabara no “Programa dos Novos”, baluarte da revelação de talentos na época. Daí em diante se apresentou em praticamente todas as rádios da então capital federal, o que não lhe garantiu estabilidade financeira nos primeiros anos, chegando a conciliar o trabalho de músico com o de funcionário público no início de sua carreira.
Seu primeiro disco, de 1947, é gravado em parceria do violonista César Ribeiro e lança sucessos como Treme-treme e Valsa Glória. Ao lado de César Ribeiro e Canhoto, grava 12 LP’s e diversos outros discos de 78 RPM. Em seu conhecimento profundo de seu instrumento e das nuances da música nacional, Jacob, acompanhando a consagrada Suíte Retratos, de Radamés Gnattali, se apresentou no Museu Nacional de Belas Artes, estabelecendo um marco dentro da história do chorinho no Brasil.
Marco, aliás, é a palavra para se referir a sua música, pois as obras que depreenderam das gravações e das audições radiofônicas de Jacob são um pilar tanto para o choro quanto para o jazz, que o reconhece como um dos maiores, senão o maior expoente do Bandolim no Brasil e no mundo.
O show
Nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2018, o show 100 Anos de Jacob do Bandolim, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, reúne os bandolinistas Hamilton de Holanda, Danilo Brito, Fábio Peron, Milton de Mori e Izaías Almeida, em apresentação inédita, que aborda diferentes períodos da carreira de Jacob do Bandolim. No repertório, composições tais como Noites Cariocas, Doce de Coco, Voo da Mosca, Jamais, entre outras.
Ao lado dos mesmos apresentam-se Gian Correa (violão de sete cordas), Roberta Valente (pandeiro), Rafael Toledo (percussão) e Carmen Queiroz (voz).
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