Postado em 29/03/2018
Foto: Roberto Assem
A maior cidade da América Latina, centro financeiro do país e com uma população que não para de crescer, lindamente plural como só as megacidades conseguem ser, reúne um pouco de tudo e gente de todo lugar.
É a cidade das minas, dos manos, das trans, de gente de todas as cores, credos e times, do salto alto, da gravata e da bermuda, do sul, do centro, do norte e do nordeste, do refugiado, do tatuado, com bíblia ou com apostila, de cadeira de rodas, muletas ou bengala, do fone de ouvido que toca de tudo, no trem, no metrô e no ônibus, de quem mora em casa, apartamento ou em ocupações.
De qualquer idade.
E é desta gente que eu quero falar!
Em um ciclo interminável numa cidade enlouquecida por tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, temperada com trânsito insano, violência e desigualdade social, é sempre heróico viver em uma megalópole. E para continuar nesta toada, o pouco tempo que resta, além das “obrigações”, funciona como um carregador de baterias.
E poderia citar um sem número de teóricos do tempo livre e uma infinidade de pesquisas que corroboram o que eu digo, mas deixa pra lá porque o tempo é curto...
O que fazer ? Aonde ir? De que maneira?
São várias as alternativas, para todos os gostos e bolsos, mas a demanda é cada vez maior e desta forma, ocupar as ruas e avenidas também pode ser uma opção.
Mesmo lembrando do Parque Minhocão, que humaniza aos finais de semana um monstrengo arquitetônico cravado no centro da cidade, é uma outra via que passou a protagonizar uma nova ideia, onde sua vocação é revista e o conceito original e partido em dois, contrários e complementares, traduzidos em uma pergunta: para os carros ou para as pessoas?
Desde 2016, a mais importante avenida da cidade passou a ficar fechada aos domingos. Espera aí, fechada? Muito pelo contrário! Aos domingos, a Avenida Paulista está definitivamente aberta! Porque se está fechada para os carros, está aberta para a população, e de verdade é isso que nos interessa.
Milhares de pessoas, vindo dos mais distantes locais da cidade, assumem seus quase 3 quilômetros como uma grande praça, onde a oferta do que fazer está desde nas próprias calçadas até no interior dos centros culturais ali instalados.
Esse público tem à disposição uma grande quantidade de artistas de rua, em manifestações espontâneas e nem sempre tão amadoras, convivendo em perfeita harmonia com a oferta mais elaborada da programação de inúmeras instituições culturais presentes na região, sem esquecer de seus bares, cinemas, teatros e livrarias, além das atividades do comércio diversificado. E nessa apropriação, criam outros congestionamentos, só que de pernas, bicicletas, skates e patins. Dá gosto circular na avenida aberta aos domingos! Dá gosto ver aquela multidão sorrindo.
E durante o restinho da semana, parece que o colorido do domingo tinge o cinza da fumaça dos escapamentos.
E é nesta avenida, a mais paulista da cidade, que prescinde do avenida, para ser chamada carinhosamente somente de Paulista, que acolhe, que diverte, que leva e traz, que o Sesc Avenida Paulista, em seus 17 andares, irá trazer uma programação com foco na promoção do bem-estar, da qualidade de vida e da ação educativa, assim como já realiza em suas outras unidades no estado de São Paulo, pautadas por uma filosofia de acolhimento. E chega entendendo tudo que já é feito por ali, buscando complementar ações cujo foco são as pessoas.
E que bonito será fazer com que todo dia seja domingo!
Felipe Mancebo tem graduação em Educação Física,trabalha no Sesc há mais de 30 anos e é gerente do Sesc Avenida Paulista.
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