Postado em 31/07/2018
Futebol com robôs, corrida de drones e outras interações entre seres humanos e máquinas contribuem para aproximar as pessoas da automação e da robótica
Foto: Pixabay
Parece até cena de ficção científica, mas não é. Jogadores com óculos de realidade virtual competem em corridas com veículos aéreos sem tripulantes – os populares drones. Tudo isso sob o comando de um controle remoto. É que a tecnologia de ponta tornou acessível, nos últimos anos, diversos projetos de automação e de robótica. Dessa forma, novas “modalidades” entraram até mesmo no campo dos esportes, encurtando, cada vez mais, a distância entre seres humanos e máquinas.
Na Coreia do Sul, por exemplo, o e-sport (como também é chamado o esporte eletrônico) foi reconhecido oficialmente em 2000. Tanto que o Comitê Olímpico da Ásia (COA) incluiu – a título de demonstração – algumas modalidades voltadas ao universo dos games nos Jogos Asiáticos, que acontecem neste mês na Indonésia. Mas, na próxima edição, dentro de quatro anos, o e-sport
entrará, oficialmente, na competição.
Segundo a Confederação Brasileira de Esportes Eletrônicos (CBEE), podemos chamar de esporte eletrônico qualquer atividade que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracteriza \uma competição entre dois ou mais participantes. Enquadram-se nessa categoria: videogames, jogos para computadores, jogos para telefones celulares, games online, fliperamas, entre outros, como jogos envolvendo robôs. Nesta última modalidade, o Brasil é medalhista. Na edição de 2017 do RoboGames – competição conhecida mundialmente como as Olimpíadas dos Robôs –, o país ficou em terceiro lugar no quadro de medalhas, perdendo apenas para o México e os Estados Unidos.
Em constante crescimento no país e no mundo, o e-sport prova que novas aplicações da tecnologia estão cada vez mais perto de crianças, jovens e adultos. “A popularidade do esporte auxilia na construção de um espaço convidativo às pessoas que não se consideram próximas do universo das tecnologias e artes”, destaca a animadora cultural do Sesc Osasco Mayra de Macedo Schatzer, uma das idealizadoras da programação do Tech Sports, que aconteceu em julho na unidade (leia o boxe Tecnologia em ação).
Fundador do espaço Mirante Lab, no Centro da capital paulista, onde são ministrados cursos e outras atividades pautadas na tecnologia, na arte e no espírito do “faça você mesmo”, Guilherme Kominani aposta na democratização da tecnologia. Com a proposta de propagar conhecimento de forma barata, acessível e aberta, o pesquisador e especialista em fabricação digital e design ministra oficinas de criação de robôs e introdução à robótica. Tudo de forma lúdica.
“Mais importante que jogar uma partida de futebol de robôs nas oficinas que realizo, é a fase anterior”, afirma. “Os participantes precisam montar e programar o robô do zero e aprendem conceitos inovadores inspirados pelo movimento maker, como modelagem, impressão 3D e programação para Arduino [plataforma de prototipagem eletrônica que torna a robótica mais acessível]. Após a montagem e teste, eles controlam os robôs pelo celular e realizam uma partida muito semelhante ao futebol comum.” O resultado? “Tenho realizado oficinas muito divertidas com pais e filhos, todos aprendendo juntos essas novas tecnologias que irão mudar as nossas vidas”, complementa Guilherme.
Foto: Zé Carlos Barreta
A corrida de drones é uma atividade emocionante de disputa entre aeromodelos e pilotos de “drones First Person Vision (FPV). Os competidores usam óculos de imersão e pilotam suas aeronaves de forma ousada e acrobática. Usando câmeras com transmissores de vídeo na parte frontal de suas naves, os pilotos podem enxergar o circuito do ponto de vista da aeronave, pois as imagens são captadas no drone e transmitidas ao vivo para dentro dos óculos de realidade virtual.
Fazendo manobras como Power Loops, loops, Flips, entre outras, o objetivo do piloto é ultrapassar obstáculos e se tornar cada vez mais rápido e habilidoso. O conceito de FPV produz nos participantes a sensação de estar voando de dentro de uma aeronave. A velocidade pode chegar a 150 km/h. A corrida geralmente acontece em baterias ou disputas. Vence quem completar o circuito em tempo menor que os demais competidores.
Lucas Schlosinski, piloto de drones, já participou de Fab Labs Livres – rede de laboratórios públicos – e ministrou oficinas no Sesc São Paulo
Oficinas e cursos ensinam crianças e jovens a construir e comandar minidrones, robôs e outros suportes tecnológicos
Corridas de drones, futebol de robôs, além de cursos para construção de mesa de fliperama (com a máquina de corte a laser) e produção de botões com impressora 3D fizeram parte da programação do projeto Tech Sports na unidade Osasco, durante o mês de julho. “Realizamos, assim, para além de oficinas que envolvem competições, outras atividades como a vivência Hackeando o Álbum de Figurinhas, em que a produção de figurinhas personalizadas da Copa do Mundo serve de pretexto para introduzir discussões sobre cultura hacker e ética. Trata-se de um convite para deixar a curiosidade conduzir a nossa interação, autônoma e prazerosa, com o mundo”, explica a animadora cultural Mayra de Macedo Schatzer, do Sesc Osasco.
Em agosto, o Sesc São Paulo dá continuidade a outras ações voltadas ao universo de tecnologias e artes. Entre as atividades estão desde uma confecção de pequenos helicópteros motorizados a aulas de introdução aos princípios da eletrônica e da mecânica. Confira alguns destaques da programação deste mês: