Postado em 29/08/2018
Filha de imigrantes lituanos de origem judaica, vindos para o Brasil na última década do século 19, Ema Gordon Klabin nasceu no Rio de Janeiro em 1907. Desde pequena, foi educada entre o Brasil e a Europa. No Velho Continente, morou na Alemanha e na Suíça durante a Primeira Guerra Mundial. Quando voltou ao Brasil, em meados da década de 1940, assumiu a empresa da família depois do falecimento do pai, Hessel Klabin, empresário que se destacou no desenvolvimento da indústria do papel e da celulose no país.
Retrato de Ema Klabin pintado por Arthur Kaufmann em 1949. Acervo Fundação Klabin.
No entanto, as duas paixões de Ema – a filantropia e a arte – foram o que imprimiu seu nome na história, tornando-a conhecida por gerações. Entre inúmeras atividades filantrópicas e assistenciais, destaca-se a atuação na construção do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Já na cena cultural, teve importante papel nos conselhos de instituições como a Fundação Bienal de São Paulo e Masp, e o Museu de Arte Moderna (MAM), além de atuar na promoção de artistas.
No final dos anos 1940, ela passou a adquirir importantes obras de arte em diversas galerias europeias e americanas, além de comprar diversas peças de outros colecionadores brasileiros e de diplomatas estrangeiros que estavam de passagem pelo Brasil. Foi a partir desse processo que Ema deu início ao sonho de construir uma residência onde pudesse organizar e apresentar esse acervo ao público.
Acervo Fundação Klabin.
Projeto do engenheiro-arquiteto Alfredo Ernesto Becker, a Casa-Museu Ema Klabin – onde ela morou de 1961 a 1994 – teve como inspiração o Palácio de Sanssouci, em Potsdam (cidade próxima a Berlim), frequentado por Ema em sua juventude. Outra atração à parte é o jardim, projetado por Burle Marx. Entre as obras do acervo, Vista de Olinda (1650), de Frans Post, é uma das primeiras pinturas feitas sobre o Brasil.
De caráter panorâmico e histórico, a coleção de Ema Klabin reúne outras preciosidades em um acervo de 1.600 peças. A mais antiga é uma taça chinesa em bronze do século 14 a.C., e a mais recente é uma gravura de 1987 da artista brasileira Renina Katz.
Já no final de sua vida, e não tendo herdeiros diretos, Ema Klabin preocupou-se com o destino de sua coleção e criou a Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, um novo museu, aberto à visitação pública.
Com isso, encurtou a distância de quase 3.400 anos de história da arte para moradores e turistas da capital paulista.
Fonte: Fundação Ema Klabin.
Serviço:
Local: Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo – SP
Visitação: De quarta a domingo, das 14h às 17h (com permanência até às 18h)
Entrada: Aos finais de semana e feriados a visita tem entrada gratuita. Nos outros dias, o ingresso custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Informações: (11) 3897-3232