Postado em 28/05/2020
Crianças em casa!
O momento atual traz desafios em relação a tudo que podemos oferecer para elas: em que espaço brincar? Organizado em qual ambientação? E com quais atividades podemos manter nossas crianças ativas e criativas?
É possível reservar e imaginar muitos lugares, encontrar na internet uma infinidade de materiais e tutoriais sobre o tema, mas a provocação maior é outra. Como sair desse nosso mundo de adulto para entender como brinca a criança e quais são suas necessidades neste contexto de distanciamento social?
O brincar pode propiciar várias situações de interação: da criança com o adulto, da criança com o espaço, da criança com seus brinquedos e da criança com ela mesma. Mas qualquer uma delas é facilitada quando a criança se sente livre e segura para criar. Neste caso, a criatividade e a autonomia tornam-se as melhores companhias e ela será capaz de transformar qualquer objeto que encontrar no caminho em brincadeira.
Mais do que prescrever atividades, é importante observar de que modo a criança cria e perceber que ela é capaz de desenvolver seu repertório, de maneira autônoma, brincando espontaneamente com o que acha pelo quintal ou mesmo dentro de casa - sejam brinquedos ou objetos que despertem sua imaginação. Ao ser livre para se expressar; apoiada, a criança se organiza tanto física quanto emocionalmente. Já que ao criar seu próprio ambiente, será a arquiteta de seu mundo, sentindo-se capaz. E para isso, nada proposto e pré-definido pelo adulto será tão significativo para ela quanto a sua própria realização.
Também podemos contribuir com essa criação, deixando à disposição das crianças objetos simples que temos em casa, tais como lençóis, almofadas, cadeiras, caixas de papelão e utensílios domésticos que não sejam cortantes, além de outros materiais reutilizáveis. Organizando, por algum momento do dia, um ambiente facilitador dessa fantasia. Confira as dicas para montar uma caixa de brinquedos não-estruturados:
Importante ressaltar que esse brincar solicita do adulto uma postura cada vez mais observadora. Isso significa deixar a criança escolher do quê, onde e como vai brincar, buscando interferir o mínimo possível e estando disponível para mediar nos momentos em que a criança pede ajuda ou sugere a participação na brincadeira. Com isso, nesse vai e vem de aproximações permitido pelas crianças, o brincar torna-se disponível a todos, proporcionando relações afetuosas e um ambiente mais saudável, que deixa, por sua vez, a situação mais leve para as pessoas.
Confie que o brincar pode ser simples, acessível se for realmente da criança e oferecido para quem quiser.