Postado em 08/09/2011
Mário Chamie (1933-2011)
Paulista de Cajobi (SP), Mário Chamie formou-se em ciências jurídicas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), tendo realizado curso de especialização em comunicações com o escritor italiano Umberto Eco. Foi professor de fundamentos científicos da teoria da comunicação na Escola Superior de Cinema e na Escola Superior de Propaganda e Marketing, ambas de São Paulo.
Fundou e dirigiu a revista “Praxis”, em 1962, destinada a estudos literários, e prestou colaboração a outros órgãos e suplementos de cunho cultural, inclusive a revista “Les Lettres”, de Paris.
Entre seus trabalhos publicados, merecem destaque os ensaios A Transgressão do Texto, A Linguagem Virtual (Prêmio Governador do Estado, em 1974, e Melhor Livro de Ensaio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1976) e Instauração Praxis (Prêmio Nacional de Crítica em 1974) e as obras poéticas Os Rodízios (Prêmio Nacional de Poesia em 1958), Lavra Lavra (Prêmio Jabuti em 1962), Objeto Selvagem, Configurações, Conquista de Terreno e A Quinta Parede.
Foi secretário de Cultura da capital paulista de 1979 a 1983, tendo se destacado, entre outras realizações, pela criação do Centro Cultural São Paulo. Nessa função, orgulhava-se de ter dobrado o número de bibliotecas públicas do município. Foi também membro do Conselho Federal de Cultura, nomeado pelo presidente João Figueiredo em 1982.
Iniciou sua participação no Conselho de Economia, Sociologia e Política da Fecomercio, Sesc e Senac de São Paulo em 1985. Paralelamente, passou a publicar uma coluna na revista Problemas Brasileiros, sempre sobre temas culturais. A edição de janeiro/ fevereiro de 1987 reproduz sua primeira palestra naquele conselho, com o título “Vertente Social na Administração da Cultura”. No texto, Mário Chamie critica os vícios administrativos e a precariedade na área cultural, defendendo soluções possíveis e mostrando exemplos de sucesso.
Josué Mussalém (1947-2011)
Josué Souto Maior Mussalém, natural do Recife, era economista e administrador de empresas, tendo exercido diversos cargos públicos, entre os quais o de auditor do Tesouro do estado de Pernambuco, técnico de controle externo do Tribunal de Contas, diretor da Empresa de Urbanização do Recife e diretor técnico da Companhia de Alumínio do Nordeste. Na área privada, foi superintendente de Planejamento da Fundação Joaquim Nabuco, consultor de diversas entidades, professor de política e programação econômica nas universidades Federal e Católica de Pernambuco e presidente da Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu).
Foi consultor de economia em várias entidades pernambucanas, participando de diversos conselhos fiscais e consultivos, publicou inúmeros artigos em jornais e revistas do país e foi comentarista econômico na Rede Globo do Nordeste – rádio e televisão.
Nos últimos anos, vinha desenvolvendo projetos e coordenando eventos voltados à questão ambiental, um trabalho que fazia em conjunto com sua mulher, a arquiteta Maria do Socorro Florêncio Souto Maior Mussalém, especialista na área. Foi sobre esse tema que realizou sua última palestra no Conselho de Economia, Sociologia e Política da Fecomercio, Sesc e Senac de São Paulo, no dia 13 de maio de 2010. No encontro, Mussalém discorreu sobre geopolítica e meio ambiente, afirmando a importância do Brasil como potência ambiental.
Iniciou sua participação nesse conselho em outubro de 1987. Era um de seus mais assíduos frequentadores e fazia questão de ser sempre o primeiro a tecer comentários, qualquer que fosse o assunto em debate.
Estudioso da globalização, em 2005 Josué Mussalém discorreu sobre o Brasil no cenário internacional, defendendo que não se deve medir nossa presença no mundo apenas pelo ângulo do comércio. Outras vertentes, salientou, são importantes, entre elas a sociocultural, com destaque para a miscigenação racial e a presença de imigrantes de inúmeras nações do planeta.