Postado em 04/07/2011
Onde hoje fica o Parque Tenente Siqueira Campos, conhecido como Trianon, inaugurado em 1892, estendia-se uma enorme mata, chamada Caaguaçu – que em tupi quer dizer, justamente, mata grande. Ela cobria toda a região da avenida Paulista, que divide o Rio Tietê e o Rio Pinheiros, e quando houve o loteamento que abriu caminho para a mais paulistana das avenidas, o que restou da abundante flora ganhou grades e virou parque.
No entanto, algumas das espécies nativas permaneceram lá, e hoje são tratadas como verdadeiros tesouros da cidade, dada a raridade. A pedido da reportagem da Revista E, o ambientalista Ricardo Cardim, criador do site www.arvoresdesaopaulo.com.br, indicou algumas árvores que são a cara, e a raiz, de São Paulo.
Entre elas estão os grandiosos jequitibá-branco, jatobá e angico branco, cada um deles com quase 200 anos. “São árvores que demoram muito para crescer”, informa Cardim. “E para chegar ao porte em que estão levam séculos.” Também rara, encontra-se por lá a frutífera uvaia, cujo fruto um dia já foi muito consumido por índios e paulistanos, conforme conta o especialista.
Já no “quesito” nomes curiosos, o parque abriga a açoita-cavalo – que, como o nome sugere, tinha seus galhos flexíveis usados como chicote –; a pau-ferro, duríssima, quando atingida pelo machado chegava a produzir faíscas; o jacarandá-bico-de-pato, que dá um fruto que lembra o bico da ave; e o pau-tucano, “que tem esse nome porque suas flores crescem em cachos amarelos e, de longe, dá a impressão de que ela está cheia de tucanos”, conta o ambientalista.
Cardim conta que grande parte dessas árvores encontra-se no trecho do parque próximo à alameda Casa Branca, onde também fica a ponte que atravessa a alameda Santos. Isso porque é ali que se concentra a mata nativa. “O jequitibá-branco de lá, por exemplo, é um dos mais velhos da cidade de São Paulo”, diz. “E o bacana é que ele já ‘viu’ passarem tropeiros por baixo dele e hoje passam pessoas com laptops debaixo do braço.”
VISTAS CONTEMPORÂNEAS
Centro Cineclubista de São Paulo
O Centro Cineclubista de São Paulo, criado em 2004, concentra as atividades de oito cineclubes da capital. A programação mistura exibição e difusão de filmes a oficinas, fóruns e bate-papos sobre produções nacionais e estrangeiras.
Destaque na agenda são os eventos organizados pelo Cineclube Baixa Augusta, que, no dia 30 de junho, às 20h, exibiu a produção Tempos de Paz, de 2009, dirigida por Daniel Filho. Na semana seguinte, no dia 7 de julho, o grupo promove um fórum de discussão sobre o filme, das 20h às 22h.
Os demais participantes utilizam o espaço do Centro aos finais de semana. Em julho, o Cine Afro Sembene apresenta produção com recorte racial no dia 9; o Cine Mulher ocupa o espaço no dia 16 com sua temática de gênero. Já as produções brasileiras independentes têm vez com o Cineclube Lunetim Mágico, no dia 23.
O Centro Cineclubista de São Paulo fica na rua Augusta, 1239 (no sentido Centro), 1º andar, conjuntos 13 e 14. O telefone é 3214 3906. Interessados em receber informações por e-mail podem entrar para o mailing list pelo contato@centrocineclubista.org ou ?cineclubista@yahoo.com.br. O site é www.centrocineclubista.org. A programação está sujeita a mudanças.