Postado em 06/10/2015
Projeto do Sesc Belenzinho realiza atividades formativas temáticas com profissionais sobre os elementos envolvidos na criação e execução de espetáculos das diversas artes cênicas.
Você costuma olhar a Ficha Técnica de um espetáculo? Se faz isso, com certeza consegue perceber a quantidade de coisas envolvidas para a realização de um espetáculo, certo? Se não tem o costume de olhar, mas consegue resgatar na memória aquele espetáculo que marcou sua vida, talvez se lembre de um detalhe que o tornou tão marcante. Talvez a iluminação, a cenografia, a trilha, a dramaturgia. O fato é que, para além do espetáculo, existem muitas coisas. Pensando no quanto todas essas funções das artes cênicas são inerentes ao processo de criação de uma obra, o Sesc Belenzinho realiza em outubro o projeto Ficha Técnica, que consiste em trazer atividades formativas temáticas com profissionais sobre os elementos envolvidos na criação e execução de espetáculos.
Entre os temas que serão desenvolvidos não apenas nessa edição, mas também em futuros trabalhos, estão direção, interpretação, dramaturgia, cenografia, figurino, visagismo, iluminação, sonorização entre outros. A ideia é criar possibilidades de diálogos e trocas de experiências entre estudantes, profissionais, pesquisadores, e interessados em teatro e suas diversas áreas, com diversos artistas e suas metodologias.
Diversos grupos possuem pesquisas que podem agregar conhecimento para estudiosos nos diversos campos de uma ficha técnica. Com isso, o projeto traz obras relevantes histórica e esteticamente, e valoriza áreas técnicas pouco exploradas em processos formativos. A aposta do projeto, no debate artístico-cultural e na reflexão a respeito das múltiplas formas de arte, permite que o conhecimento seja repassado a outras gerações de artistas.
O Grupo XIX de Teatro é quem inicia as atividades do projeto com um espetáculo e três oficinas. Acompanhe a programação e participe.
Foto: Adalberto Lima
Neste trabalho o foco está nas relações amorosas do Brasil. Como afetos, namoros, casamentos e contratos matrimoniais se modificaram ou se consolidaram. A dramaturgia de Arrufos constrói a ideia do amor como fator sócio-político, que serve de moldura para os anseios e desejos mais profundos da alma humana. Mais informações aqui.
Foto: Renata Dantas
Ator criador: O amor é construção...
Ministrada por Luiz Fernando Marques e Ronaldo Serruya, respectivamente diretor e ator do grupo XIX de Teatro, a oficina baseia-se nos pilares de pesquisa do grupo: a dramaturgia colaborativa, a investigação do espaço não convencional e a interatividade. Partindo de um tema, uma pergunta, um autor ou obra específica, a oficina pretende trabalhar com o ator investigando e propondo seu material dramatúrgico, sua arquitetura cênica e sua espacialidade, tendo o cenário de Arrufos como ponto de partida. Assim, o ator e pesquisador constrói um material pleno de potencialidade e propriedade. Utilizando a cenografia como caminho privilegiado, através de exercícios e dinâmicas, o ator será convidado a pesquisar as potências e possibilidades da estrutura cênica de Arrufos. Inscrição aqui.
O corpo em criação a partir do espaço histórico
A criação de uma partitura cênica a partir do corpo do ator e do espaço cênico. Como apropriar-se desse espaço, tornando-o íntimo, parte integrante da cena e da expressão do ator. Para essa pesquisa, será utilizado como temática a Poética Amorosa Brasileira dos séculos XVIII, XIX e XX, integrando-se à pesquisa atual do Grupo XIX de Teatro. Inscrição aqui.
Foto: Renata Dantas
A Vila Maria Zélia, conhecida por ser a primeira vila operária do Brasil, cenário do filme Mazaroppi, e uma das preferidas dos fotógrafos, é também o local escolhido do Grupo XIX. É lá que acontecem os ensaios, debates e apresentações. Visitamos o galpão do grupo, acompanhamos o ensaio e conversamos com o diretor Luiz Fernando Marques, que nos falou um pouco sobre o Grupo XIX e também sobre as oficinas que realizarão no Sesc Belenzinho. Pra conhecer um pouco da Vila e do Grupo é só dar o play.