Postado em 06/01/2016
De repente, o que parecia distante hoje bate às nossas portas, tanto que não passa um único dia sem que algum órgão da imprensa nacional deixe de tocar no assunto. Sim, os refugiados estão chegando de vários pontos do planeta, notadamente da Síria, país penalizado por uma guerra interna sem tréguas. Milhões de pessoas já deixaram para trás casa, família e trabalho, embrenhando-se numa aventura muitas vezes suicida, atravessando fronteiras a pé ou singrando mares em toscas embarcações à procura de dias melhores em terras distantes. Parte está se dirigindo para a Europa, parte escolheu o Brasil como porto seguro na esperança de aqui reconstruir suas vidas.
Na reportagem de capa desta edição, “De Portas Abertas, e Mais Nada”, Problemas Brasileiros aborda essa modalidade de emigração e mostra que, apesar de todas as dificuldades plantadas no caminho de sofridos viajantes – diferenças de cultura e língua, falta de emprego e saudades dos parentes que ficaram –, eles se comprazem com o fato de que, descontados os problemas de ordem econômica e política amargados pela nova pátria, aqui podem levar uma vida em paz. Como disse ao repórter um refugiado recentemente chegado ao país: “Brasil bom, muito bom! Cabeça, travesseiro, dorme...”
Problemas Brasileiros também dedicou espaço ao El Niño, tema da matéria “Inundações e Chuva. Ou Estiagem”, fenômeno que decorre do aquecimento das águas do Pacífico e da redução dos ventos alísios que sopram sobre esse oceano de leste para oeste. O atual El Niño pode ser um dos quatro mais fortes desde que começou a ser monitorado, em 1950. As previsões apontam que a maior intensidade do fenômeno deveria ocorrer no final de 2015 e se estender por todo o primeiro semestre de 2016, afetando o clima de muitas nações.
No Brasil, de junho a agosto de 2015, houve acentuado déficit de chuva na maior parte das regiões Norte e Nordeste. Na região Sul, o destaque foi uma grande irregularidade na distribuição espacial e temporal “das anomalias de precipitação”, destacando-se o aumento de chuva em julho e a escassez nos meses de junho e agosto. Em outubro, as chuvas voltaram com força, causando a maior cheia no Rio Guaíba, que banha Porto Alegre, em 48 anos. E em São Paulo e Rio de Janeiro as temperaturas estiveram acima da média no inverno.
A revista se envolve ainda com outros temas de interesse, como a perda da memória (“Um Corpo Sem Identidade”), o acolhimento de crianças desamparadas (“Uma Casa para Chamar de Minha”) e a crescente adesão do brasileiro às corridas de rua (“Sebo nas Canelas”).
Boa leitura!
Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac