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Campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa 2016

As cidades são locais definidos geograficamente, que oferecem espaços de moradia, variedade de serviços e atividades culturais, de lazer, comerciais, industriais e financeiras, mas, o mais importante é que o ser humano faz parte dessa estrutura. 

As cidades foram construídas para as pessoas e suas diferentes possibilidades de uso, o que faz com que elas estejam em constante movimento. Afinal, esse é o espaço em que a vida, em seus diferentes ritmos, acontece.

 

É verdade que nem sempre elas são acolhedoras, podem apresentar obstáculos que interferem na circulação dos cidadãos, mas outro fator que também dificulta o acesso a diferentes pontos da cidade é a maneira com que os indivíduos se relacionam uns com os outros.
 

Para que se tenha cidades mais humanas, é preciso construir relações sociais que estabeleçam vínculos e valorizem os sujeitos envolvidos, entendendo as diferenças e singularidades de cada um.
 

Você já percebeu que a maneira com que se relaciona com os outros pode fazer a cidade ser mais ou menos acolhedora?

O que você faz quando há uma pessoa saindo do transporte público e você quer entrar? E quando uma pessoa à sua frente caminha em um ritmo diferente do seu, qual a sua reação? Pense no seu dia, no seu caminho, nos locais em que você trabalha ou estuda, qual a sua atitude e postura perante o outro, seu tempo e suas necessidades?

Diariamente os idosos sofrem algum tipo de violência devido ao preconceito e o modo com que a sociedade enxerga a velhice e o próprio velho!
Existem muitos mitos sobre como os idosos devem se comportar e sobre o que é ser velho. A velhice tem sido associada a uma fase de perdas, em que os indivíduos se encontram em uma posição de fragilidade, mas quando se está na rua, é possível perceber que a velhice é diversa. 
 

Quando estiver caminhando pela cidade, olhe a sua volta e veja quem e como são os velhos que você encontra pelo caminho.
 

Eles usam bengala? São tatuados? Se reúnem para conversar ou jogar? Trabalham?

Provavelmente você encontrará idosos como esses e muitos outros, então, as relações cotidianas deveriam compartilhar das diferenças e, possibilitar que, de fato, se olhe para o outro.

 

A OMS - Organização Mundial da Saúde, define violência como “o uso de força física ou poder, em ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação”.

 

É sabido que os idosos sofrem muitos tipos de violência, como a física, a psicológica e a financeira, mas também existe a violência simbólica que é aquela que, muitas vezes, não se percebe. Ela acontece, por exemplo, quando se acredita que existe um tipo específico de roupa para idosos e, se ele foge a essa regra sofre algum tipo de preconceito, ou ainda, quando um idoso perde sua identidade ao ser chamado de “vovô” ou “vovó” em algum estabelecimento que frequente.

 

Mas, afinal, quem é idoso?

A OMS, assim como o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1 de outubro de 2003), definem que no Brasil, considera-se velho aquele cidadão que possui 60 anos ou mais. Já em países desenvolvidos, aqueles com mais de 65 anos.
Mas nem sempre foi assim, estes limites etários são criados a partir da relação da expectativa de vida e o desenvolvimento dos países, o que faz com ele se altere com o passar do tempo. Há de se imaginar que no início do século XX, estimava-se que o brasileiro vivia, em média, 33 ou 34 anos. Hoje, a expectativa de vida passou para 75,2 anos.

 
As pessoas estão vivendo cada vez mais, não é? E você já parou para pensar nisso? E sobre o seu processo de envelhecimento?

Quantos anos você terá em 2050? Você será velho?

 

As condições básicas de vida do ser humano têm melhorado, as pessoas têm mais acesso à serviços de saúde e de saneamento básico, assim como às novas tecnologias e isto, entre outros fatores, tem possibilitado que as pessoas vivam mais.

 

O número de idosos tem crescido em todo o mundo e, no Brasil, eles representam hoje cerca de 13% da população, mas segundo projeções do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2050, 1 em cada 4 pessoas terá 60 anos ou mais, ou seja, 25% da população brasileira será velha.

Dessa maneira, é importante que a sociedade reflita sobre as questões culturais que envolvem a velhice e o velho, desconstruindo preconceitos e discutindo sobre a sociedade em que se quer viver, para que assim, as cidades sejam cada vez menos violentas e intimidadoras e, então, baseados em relações de respeito às diferenças individuas, seja possível construir caminhos para que as cidades se tornem cada vez mais acessíveis e humanas.

Em 2016, a Campanha de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa vem com o tema Por Cidades Mais Humanas, trabalhado nas Unidades em uma diversificada programação.
 

Intervenções Urbanas
 

Dança, improvisação e parkour
22/06, quarta, às 15h30, no Sesc Consolação

Você já percebeu quantos desafios a rua pode apresentar? Nesta atividade, o Parkour, arte de se mover de um lugar ao outro buscando caminhos para superar os obstáculos encontrados no trajeto, se une a dança, para explorar as potencialidades de cada corpo e estimular que, no dia a dia, as pessoas se façam perceber quando estiverem pela cidade. Com Jerônimo Bittencourt, bailarino, professor e praticante de Parkour e Danielli Mendes, formada em dança.

Tríade Tour São Bento
15/06, quarta, às 7h, no Sesc Piracicaba
16/06, quinta, 8h30, no Sesc Interlagos
16/06, quinta, 13h, no Sesc Bom Retiro
17/06, sexta, às 10h, no Sesc Osasco
17/06, sexta, às 12h, no Sesc São Caetano
21/06, terça, às 9h, no Sesc Santo Amaro
21/06, terça, às 12h, no Sesc Pompeia

O público é guiado por um áudio pela rua São Bento, berço histórico da cidade de São Paulo. Neste passeio, os participantes são convidados a interagir com a cidade, de tal maneira que, em alguns momentos, parecem dançar por suas ruas. Ao mesmo tempo, as demais pessoas que circulam pelo local observam esse explorar diferentes possiblidades. Com Núcleo Tríade. 

Espetáculo de rua

+75 -Com a Cia Fadunito (ESP)
15/06, quarta, às 9h, na Avenida Paulista
15/06, quarta, às 15h, no Calçadão Coronel Oliveira Lima, em Santo André
16/06, quinta, às 16h, na Praça 9 de Julho, em Presidente Prudente
17/06, sexta, às 15h, na Praça da República, em Catanduva
18/06, sábado, às 11h, na Esplanada das Rosas, em Araraquara
20/06, segunda, às 14h, na Praça do Poupatempo Sé, em São Paulo
21/06, terça, às 10h, na Praça Dom Epaminondas, em Taubaté
21/06, terça, às 17h30, no Parque Santos Dumont, em São José dos Campos

Quatro velhos. Dois homens, duas mulheres. Eles têm 75 anos ou mais e acabam de deixar a instituição em que vivem para dar uma voltinha pela cidade. Os personagens desta história expõem seus medos, inseguranças e surpresas, à medida que vão descobrindo barreiras durante o passeio e, com a participação do público, buscam maneiras de superá-las.

Intervenções Artísticas 

O velho e a cidade
08 a 24/06, quartas e sextas, às 10h30, no Sesc Pinheiros

Vivência de linguagem documental cinematográfica
Com uma câmera na mão, os participantes irão registrar o dia a dia de um idoso, descobrindo locais que ele frequenta e conhecendo personagens que fazem parte de sua vida e história. Ao final, o curta será exibido e seguido de um bate-papo com o personagem central do filme e a equipe realizadora. Com os documentaristas Paola Prestes e Matias Lancetti.

A senhora da van
20/06, segunda, às 13h, no CineSesc

The Lady in the Van, Dir: Nicholas Hytner, Reino Unido, 2015, 104 min. 10 anos
Mary Shepherd é uma senhora idosa que mora dentro de uma van. Com hábitos pouco higiênicos, desagrada os moradores da rua onde estaciona, que tentam impedi-la de deixar o veículo ali. No entanto, um escritor, curioso por sua história, acaba por oferecer a vaga de sua própria casa.

Jogos 

EUVOCÊ: A Cidade em Jogo
16/06, quinta, às 14h, no Sesc Santana
17/06, sexta, às 14h, no Sesc Vila Mariana
18/06, sábado, às 15h, no Sesc Campo Limpo

Jogos sempre fizeram parte da história do ser humano, tanto como uma forma de interação social, quanto de diversão. Neste jogo, o público é convidado a refletir sobre as relações que se estabelecem na cidade e como elas podem ser fontes de violência, aproximando-se também de leis como o estatuto do idoso e suas implicações para a vida em sociedade. Com Lab Hacker.

Bate-papos e discussões

Relações em Trânsito
Com o psicanalista Christian Dunker e ator Celso Frateschi: 15/06, quarta, às 20h, no Sesc Ipiranga
Com o filósofo Peter Pál Pelbart e ator Celso Frateschi: 21/06, terça, às 19h30, no Sesc Campinas
Com o filósofo Vladimir Safatle e ator Celso Frateschi: 22/06, quarta, às 20h30, no Sesc Ribeirão Preto

Diário da Guerra do Porco, livro de Adolfo Bioy Casares (1914-1999), narra a história de Isidro Vidal, um senhor que passa suas noites com os amigos. Em determinado momento, começa uma onda de perseguição aos idosos de Buenos Aires. Diante da violência, ele é surpreendido pelo amor de uma mulher mais jovem. Nesta atividade, o público será convidado a discutir sobre essas questões e assistirá a leitura de trechos da obra.

Revista Viva: O espaço da metrópole, o tempo dos velhos e a alienação urbana
15/06, quarta, às 19h, no Centro de Pesquisa e Formação

Os encontros Revista Viva, apresentam discussões publicadas na “Revista mais 60: estudos sobre envelhecimento” do Sesc São Paulo. Nesta edição, discute-se sobre como as transformações culturais têm ajudado a promover uma aceleração dos ritmos de vida, interferindo nas relações entre os habitantes e a metrópole. Com o doutor em geografia Cesar Simoni Santos e fotojornalista André Douek. E Mediação da doutora em geografia humana Ana Fani.

Circuitos Urbanos - Com a doutora em direito Bibiana Graeff e o artista plástico Luciano Bortoletto
16 e 17/06, quinta e sexta, às 14h, no Sesc Sorocaba
21 e 22/06, terça e quarta, às 14h, no Sesc São Carlos
Circuitos Urbanos - Com a doutora em Ciências Naira Dutra e a artista plástica Regina Kutka
16 e 17/06, quinta e sexta, às 9h, no Sesc Santos
21 e 22/06, terça e quarta, às 14h, Belenzinho

Nesta oficina, o público será convidado a refletir e discutir sobre seu dia a dia e em que medida, percebem as diferentes violências a que estão expostos. Ao mesmo tempo, darão forma à essas questões por meio de sua expressão artística.

Estamos preparados para a velhice?
15/06, quarta, às 15h, no Poupatempo de Bauru
17/06, sexta, às 14h, no Sesc Rio Preto
20/06, segunda, às 14h, na Biblioteca Municipal de Birigui
21/06, terça, às 9h30, no Sesc Jundiaí
22/06, quarta, às 10h, no Sesc Itaquera

É possível que ao pensar sobre a velhice, muitas dúvidas apareçam. E diante do acelerado envelhecimento da população, essa discussão se faz necessária. Portanto, pretende-se provocar a reflexão e o diálogo sobre esta faixa etária, direitos e deveres, assim como à ideia de cuidado, com profissionais de diferentes áreas. Com a doutora em educação Andrea Lopes.