Postado em
Chacal
7.9.2015
A poesia é uma locadora de bicicletas no saguão de um aeroporto.
19.4.2015
a nudez é a alforria do corpo
preso às convenções sociais
proibido de se expressar livremente
a nudez
modesto protesto
ao puritanismo vigente
a poesia é o silêncio da palavra
ela não quer convencer, relatar
a nudez é o silêncio do corpo
nada a declarar
nudez mudez nudez mudez
me calo e fico nu
pelo que não sei
pelo além de mim
pelo que me protege
25.10.2015
a torre de marfim
ruim ruindo ruiu
que rua que rua que rua!!!
que a rua traga –
apesar da polícia academia globo –
um novo sopro de prazer
para os poetas agora
11.6.2015
alô poeta
não que a vida deva ser uma planilha excell
mas também pode não ser essa maluqueria.
jamais abolir o acaso, mas quando ele vier,
estar centrado para percebê-lo e abraçá-lo
ao corpo, esse excelente e adorável corpo,
dar um trato. escovar os dentes,
pentear o estômago, respirar fundo.
o poema tb ajustá-lo
buscar essências, o indispensável
para atingir o outro em cheio na medula
o tempo como o corpo e o poema
também diagramá-lo
fora compromissos inúteis
overdose de informação
então o que aparecer
será apenas o desejado
o maravilhoso acaso.
6.9.2015
que que fica disso tudo?
que o cep é uma locadora de bicicleta no saguão de um aeroporto.
que a pessoa só se sociabiliza através do álcool ou da bíblia, essas drogas.
que a arte é apenas uma forma hype de ganhar dinheiro.
que cada um tem o encosto que merece.
– fora chacal!
CHACAL é poeta, cronista, letrista e um dos precursores da poesia marginal, autor de Muito Prazer, Ricardo (1971), Belvedere (2007), Uma História à Margem (2010), Murundum (2012), entre outras obras.