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Conheça os artistas da exposição “bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos”
Em 2019, a escola de artes, design e arquitetura Bauhaus comemora seu centenário. Fundada em 1919, foi fechada 14 anos depois pelo regime nazista. Apesar do curto período de funcionamento, o tempo foi suficiente para gerar um impacto gigantesco na história da arte e influenciar artistas por todo o mundo. Para refletir o alcance internacional da escola alemã e comemorar os 100 anos, o projeto “bauhaus imaginista” percorre – com exposições, simpósios e debates – diversos países que foram influenciados por sua pedagogia. Na noite de 24 de outubro, chega ao Brasil com a exposição “bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos”, no Galpão do Sesc Pompeia até 6 de janeiro.
A exposição tem curadoria de Marion von Osten (Berlim) e Grant Watson (Londres) e apoio da pesquisadora paulista Luiza Proença. Em “bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos” – um dos quatro capítulos do projeto internacional –, é abordado o papel da apropriação cultural e a relação entre os professores e alunos que emigraram da escola alemã com a arte e o artesanato populares e pré-coloniais. Para apresentar o tema, a exposição realizada pela Sesc São Paulo – em parceria com a Bauhaus Kooperation Berlin Dessau Weimar, o Goethe-Institut e a Haus der Kulturen der Welt (HKW) – traz mais de 300 obras, criadas por 30 artistas internacionais e brasileiros.
Artistas em exposição
A escolha do Sesc Pompeia não ocorreu à toa, já que uma das artistas apresentados é Lina Bo Bardi. Em 1951, ela fundou ao lado de Pietro Maria Bardi e Jacob Rutchi, o Instituto de Arte Contemporânea (IAC), no Museu de Arte de São Paulo. O IAC foi a primeira escola de desenho industrial do país e possuía influências nítidas da Bauhaus. A primeira exposição da instituição no Masp foi, inclusive, do ex-aluno da Bauhaus Max Bill.
Além de Lina, outros artistas brasileiros que foram influenciados pela escola alemã estão na exposição, como os do Grupo Frente, que incluem a artista plástica e multimídia Lygia Pape, a pintora e escultora Lygia Clark e o artista plástico e performático Hélio Oiticica. Na seção brasileira, há também obras realizadas na escola de arte do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – criada por Ivan Serpa – e, ainda, uma instalação realizada por Paulo Tavares.
Já entre os artistas internacionais, estão os marroquinos Farid Belkahia, Ahmed Cherkaoui e Mohamed Melehi. Entre 1962 e 1974, Belkahia foi diretor da Escola de Belas Artes de Casablanca, no Marrocos, e durante esse período revolucionou a pedagogia da instituição, baseando-se em métodos da Bauhaus. Outros artistas que têm suas obras expostas no Sesc Pompeia, como o arquiteto suíço Hannes Meyer, segundo diretor da Bauhaus, e sua esposa, a alemã Lena Bergner, que também foi estudante e professora de tecelagem da escola. O casal viveu na Alemanha, União Soviética, Suíça e México, levando para cada um desses locais os pensamentos revolucionários da Bauhaus.
Josef e Anni Albers é outro casal de professores da escola abordado pela “bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos”. Após lecionarem na instituição de de arte, design e arquitetura alemã, foram convidados para darem aula no Black Mountain College, na Carolina do Norte. Josef Albers também foi professor da Yale School of Art, em Connecticut, onde deu aula de pintura para Sheila Hicks. Além de ter suas obras expostas, o filme “Abrindo o acervo” (1995), de Cristobal Zañartu, que conta a experiência de Hicks, também está exibido no Sesc Pompeia. Outra aluna da Bauhaus que foi para os Estados Unidos foi a francesa Marguerite Wildenhain, que deu aula de cerâmica na Pond Farm. A tecelã Lenore Tawney também integra a lista de artistas norte-americanos na exposição.
Outros artistas que fazem parte da exposição são Arthur Amora, Susie Benally, Rogério Duarte, Saul Elkins/Morteza Rezvani, Trude Guermonprez, Abdellah Hariri, Elisa Martins da Silveira, Hossein Miloudi, Sibyl Moholy-Nagy, Geraldo Sarno e Sol Worth/John Adair.