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Descobertas
Em 1995 me deslocava duas vezes por semana, em um ônibus que fazia a linha Guarujá-Bertioga, chamado pelos moradores da região de “75”; na ocasião, prestava serviço para uma empresa de saneamento em Bertioga e passava sempre pelo muro alto e extenso do Sesc Bertioga. Manifestava a curiosidade e o desejo em saber: o que acontece do outro lado do muro?
Nesse mesmo ano, cursava o segundo período da graduação de Educação Física, quando surgiu a oportunidade de trabalhar nas férias de verão no Sesc Bertioga. Assim, desvendei o que havia do outro lado do muro e comecei a compreender o Sesc e seu vasto repertório de atividades recreativas, esportivas, culturais, dentre outras. Não poderia imaginar que em um único lugar pudesse habitar tanta diversidade de conhecimento e experimentação. As experiências vividas nesse período me trazem boas lembranças e carrego amizades de hóspedes e funcionários com quem convivi.
Hoje, com vinte e três anos de instituição, e tendo participado do desenvolvimento de diversas ações programáticas nas unidades Carmo, Santos, Pompeia e atualmente na Gerência de Saúde e Odontologia, percebo e me encanto cada vez mais com toda transversalidade e pluralidade das diversas linguagens do conhecimento fomentadas pela instituição.
Nessa jornada, continuei com novas descobertas, novas amizades, novos desafios profissionais e pessoais, tecendo uma rede de relacionamentos que me permite realizar trocas constantes. Seria essa uma forma que me guia intuitivamente em direção ao bem-estar? Confesso que nesse período de isolamento social senti falta das conversas presenciais, dos cafés com amigos, sem falar do ir e vir livremente, das relações de trabalho, dos encontros, dos abraços e beijos, das celebrações, e principalmente do afeto no cuidar e ser cuidado. A tecnologia com seus aplicativos e funcionalidades substituiu, mesmo que momentaneamente, essa falta de contato. Aliás, colegas de outras unidades que só encontrávamos em reuniões ou falávamos por telefone passamos a encontrar por chamadas de vídeo de uma forma mais frequente.
Atualmente, eu me encontro em uma nova fase de descobertas, agora na área da saúde, na qual pude observar a importância da saúde mental nas relações sociais e de trabalho em tempos pandêmicos. Constatar um país tão diverso e potencialmente rico como o Brasil estar entre os primeiros colocados no mundo em doenças como depressão, ansiedade e burnout é preocupante.
Esses indicadores nos fizeram pensar na ampliação do debate, jogando luz sobre a qualidade de vida, um tema de difícil conceitualização, mas bem definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Identifico nas dimensões física, mental, psicológica, espiritual e emocional o equilíbrio necessário para atingirmos o bem-estar, uma sensação que não é possível mensurarmos com instrumentos ou números, mas por percepções e vivências que acumulamos por onde andamos, o que fazemos ou com quem nos relacionamos.
Com essa referência tenho a convicção de que essa instituição promove constantemente meios que facilitam o processo de cada pessoa na busca da sua qualidade de vida e de bem-estar!