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O ritmo de sabor senegalês

Thieboudiene, prato tradicional Senegalês / foto: Lúcio Érico - Sesc SP
Thieboudiene, prato tradicional Senegalês / foto: Lúcio Érico - Sesc SP

O Sesc Osasco se tornou um pedacinho da África, no dia 26 de agosto. Isso porque toda última quarta-feira do mês acontece o projeto “Sabores e Saberes em refúgio: uma viagem cultural partindo do prato para o mundo”, que tem como objetivo proporcionar uma experiência cultural protagonizada por refugiados.

Nos últimos anos, a questão do refugiado tem se tornado mais evidente. O Brasil atualmente possui 7.289 refugiados, e a expectativa desses números é de crescimento, visto o número de conflitos que estão acontecendo no mundo.

A segunda edição da programação realizada em Osasco teve a representação do Senegal. Localizado no continente africano, o país foi ocupado pelos franceses por mais de 400 anos, conseguindo sua independência apenas em 1960. A situação política instável das últimas décadas gerou uma série de conflitos que expulsou parte da população para outros países, gerando várias situações de refúgio. A língua oficial do Senegal é o francês e a maioria da população segue o islamismo. 

Refugiada desde 2007 no Brasil, a convidada que orientou a experiência gastronômica foi Diop Diamou Fallou, mais conhecida como Grand Mama. Desde a sua vinda para cá, ela trabalha na divulgação da cultura africana, inclusive na moda. Ela é proprietária de uma loja de turbantes. 

A atração principal da noite foi o Thieboudienne, prato típico composto por arroz com peixe e legumes. Apesar de parecer algo comum à culinária brasileira, o prato não é nada simples. “O legal dele é que mostra muito a cultura da cozinha senegalesa, é bem condimentado. Além disso, ele tem uma preparação bem complexa e tradicional deles, como temperos batidos no pilão, pimentas que só existem no Senegal, entre outras coisas. Achei bem surpreendente esse prato”, relatou Kátia Lira, uma das chefs brasileiras que auxiliou no preparo. Para acompanhar, foram preparadas duas bebidas não alcoólicas, típicas do Senegal: o Bissap, feito a partir da flor de hibisco, e o chá de gengibre com muita menta e aromatização com água de flor de laranjeira.

 “O prato que vocês vão degustar agora geralmente é servido para comemorar a vinda de uma criança. Principalmente porque esperamos sete dias para dar o nome”, relatou Grand Mama. Fátima Freitas, especialista em gastronomia, mediou o encontro, trazendo curiosidades sobre os pratos ao interessado público presente.

Além de alimentar o corpo com a comida e a mente com os saberes, a alma recebeu um banquete musical com o grupo Baye Fall Africa Rythms, que apresentou ritmos tradicionais do Senegal, como o Mbalax. Mamadou Assane Nguingue, um dos músicos do grupo, comentou que o a música do Brasil tem muito em comum com a feita em seu país. 

 

No final, o público ovacionou a experiência. “Eu achei fantástico o evento, eu não tinha nenhuma noção de como era a comida do Senegal. O prato principal é parecido visualmente com o do Brasil, mas o sabor é completamente diferente”, relatou Murilo Brandão, frequentador do Sesc Osasco.

Se você ficou curioso e quer tentar um Thieboudienne em casa, a receita está aqui:

 

Informações sobre o próximo encontro, cujo tema será Angola: 

o que: Sabores e saberes de Angola
quando:

30 de setembro

onde:

Sesc Osasco

ingressos:

Inscrições na Central de Atendimento do Sesc Osasco a partir de 1/9. 40 vagas - Credencial plena R$ 20 e Inteira R$ 30