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Mais de 100 mil máscaras foram produzidas na ação Tecido Solidário
Desde o mês de maio, o Sesc São Paulo tem mobilizado iniciativas comunitárias no estado – e também funcionários engajados nas unidades da instituição – para a confecção de máscaras de tecido para distribuição a equipes do Sesc e, especialmente, a organizações sociais.
Com a disseminação do coronavírus no Brasil e no mundo, as máscaras de tecido passaram a ser itens essenciais e, em muitas cidades, obrigatório para quem precisa sair de casa. Nesse cenário, o Sesc São Paulo estabeleceu junto às suas unidades o projeto Tecido Solidário, que busca promover o trabalho comunitário, geração de renda e a conscientização de todos para o uso adequado dessa peça de proteção.
Em menos de três meses, as unidades do Sesc na capital, interior e litoral do estado mobilizaram 85 iniciativas sociais que, junto à produção realizada por funcionários do próprio Sesc – que possuem equipamentos de costura em casa ou passaram a utilizar máquinas das unidades –, produziram 108.887 máscaras de tecido até o final de julho. Mais de 70% dessa produção já foi doada a 73 entidades de assistência mapeadas em diversas cidades.
Em um período de retração econômica devido à pandemia, a ação Tecido Solidário busca fortalecer projetos sociais que envolvem pessoas às quais novas fontes de renda, nesse momento, são fundamentais para o cuidado às suas famílias.
Costureiras da UMPES (União de Mulheres Produtoras da Economia Solidária de Peruíbe) produziram 350 máscaras de tecido por encomenda do Sesc Santos | Foto: UMPES
Vanessa Silva, que faz parte do projeto Alinhavos, no Barracão Simioni, em um bairro da zona norte de Ribeirão Preto, conta que a compra de máscaras pelo Sesc foi muito importante para seu coletivo de costureiras. "Porque [com a pandemia] a gente ficou sem renda. Todas as meninas ficaram de mãos atadas".
Para atender à demanda de produção do Tecido Solidário, elas tomaram os cuidados necessários para reduzir a exposição das participantes. "Quem não tem máquina", explica Vanessa, "a gente pega máquina daqui do projeto, deixa as meninas levarem para as suas casas, pra não precisar a gente ter contato umas com as outras".
Thais Prado, designer de moda, artista e educadora social, é coordenadora de projetos do Espaço LarAyô, um coletivo formado, em sua maioria, por mulheres e mães residentes na periferia da zona leste de São Paulo. Ela conta que, com a pandemia, o grupo contratado pelo Sesc Carmo teve de se reinventar: "Quem não sabia cortar tecido, aprendeu. Quem não sabia o que é enfesto, aprendeu".
Marlene Tavares funcionária da equipe de Alimentação do Sesc Pompeia | Foto: Acervo pessoal
Entre os funcionários engajados nas unidades do Sesc, muitos também não tinham conhecimento prévio sobre costura e acabaram aprendendo com a ajuda de colegas mais experientes no assunto – educadores dos Espaços de Tecnologias e Artes e funcionários de outras equipes montaram tutoriais em vídeo para compartilhar conhecimentos. "Uma vez eu ajudei a montar uma oficina [de costura na unidade], então eu vi que não era tão difícil", afirma Danilo Bramé, funcionário do Sesc Araraquara engajado na ação Tecido Solidário. "Trouxe a máquina para casa, fui no YouTube, aprendi desde passar a linha até como que costura, para que serve cada botão e agora estou costurando."
DISTRIBUIÇÃO DE MÁSCARAS E DE INFORMAÇÕES
Em Araraquara, o Espaço Criança Cristo Rei presta atendimento a 162 crianças e 40 idosos. "A gente atende muitas crianças aqui que estão mesmo em situação extrema e que, talvez, se não viesse essa doação, eles não teriam mesmo como se prevenir com essa situação da Covid, nesse momento tão difícil", conta Márcia Daniele Ferreira, que é voluntária no espaço e recebeu a doação de máscaras de tecido a partir da unidade do Sesc Araraquara.
Algumas das instituições que estão recebendo as doações dessas máscaras são, já há algum tempo, atendidas também pelo programa Mesa Brasil. Bruna Barbosa é mãe de uma das 93 crianças que recebem serviços gratuitos de educação oferecidos pelo Instituto Espírita Paulo de Tarso, em Ribeirão Preto. O instituto é atendido pelo Mesa Brasil, mas, recentemente, foi beneficiado também com doações de máscaras da ação Tecido Solidário.
Com a adoção do uso das máscaras de tecido e outras medidas preventivas, todos tiveram que adquirir novos aprendizados para botar estas ações em prática. Neste sentido, o projeto vem realizando uma série de ações educativas buscando disseminar informações que promovam a saúde e minimizem a propagação do coronavírus.
As máscaras chegam acompanhadas de materiais do projeto com orientações quanto ao seu uso adequado, cuidados e também outros procedimentos de higiene que não se deve deixar de lado nesse momento. "Já é uma parte que ajuda a gente a levar mais a sério também", diz Bruna. "É uma coisa que onde você vai, você tem que ter uma máscara. É uma coisa que, tudo o que você vai fazer, você tem que usar o álcool em gel. Por quê? É cuidando da nossa saúde, é cuidando do próximo, a saúde dos nossos filhos [que vamos nos proteger a todos]."
Tanto os funcionários do Sesc envolvidos na ação quanto as iniciativas sociais contratadas, foram orientados sobre protocolos de higienização e produção das máscaras, garantindo que toda a confecção seja realizada de forma segura. Folhetos informativos, vídeos e cards com orientações sobre os cuidados com as máscaras também foram disponibilizados para o público e podem ser baixados aqui.
A máscara é um importante item de proteção, pois age como uma barreira que impede que gotículas de saliva se espalhem pelo ar, mas para que tenha efetividade é necessário estar atento à forma adequada de utilizá-la, mantendo-a sempre justa ao rosto, cobrindo nariz, boca e queixo, realizando sua troca após 2 a 3 horas de uso ou quando estiverem úmidas e higienizando-as corretamente ao chegar em casa.
Saiba mais sobre a ação em sescsp.org.br/tecidosolidario