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Dramaturgia virtual investiga espaços urbanos em meio à pandemia
Como se propor a criar virtualmente? A partir desta provocação, o Sesc Carmo recebeu a Zózima Trupe para a primeira edição do Laboratório Teatro em Nuvem. Entre 24 de agosto e 30 de setembro de 2020, Sesc e companhia propuseram uma micro residência virtual para desenvolvimento de um experimento cênico utilizando mídias sociais. No total, foram 13 ações gratuitas e abertas à participação do público: bate-papos com pesquisadores, leituras cênicas, discussões com dramaturgos, ensaios abertos, experimentos artísticos, mini webdocumentário e publicação digital. Aqui, você pode acessar os produtos finais dessa experiência: o minidoc Re'abitar e a publicação Cartografia Imaginada.
A proposta de uma experiência de criação aberta e compartilhada teve como objetivo aproximar o público do fazer teatral, oferecendo a rara oportunidade de se acompanhar, de dentro, o processo de nascimento e lapidação de uma dramaturgia, além dos demais processos de pesquisa, direção e atuação que se percorre até a apresentação de uma obra.
A Zózima Trupe é um grupo conhecido pela pesquisa do ônibus como espaço cênico. A proposta desenvolvida pelo grupo, denominada Re'abitar, propõe o deslocamento, desta vez não com o ônibus, mas sim com a imaginação, por trajetos que tateiam o ser e o estar solitário dos espaços urbanos em tempos de pandemia. A impossibilidade de aglomerar-se, conviver com o outro, interagir com os ambientes que estávamos acostumados, fez a Zózima Trupe refletir sobre as narrativas dos espaços em quarentena. Se, por um lado, após a interrupção, muitas pessoas precisaram se render à tecnologia para se relacionar, trabalhar e acessar conteúdos, diversos espaços da cidade permaneceram muitas vezes sem possibilidades de interação.
Trata-se de um exercício imaginativo, que busca investigar qual o impacto do confinamento social na área urbana. A proposta de dramaturgia se divide em sete textos, que serão conduzidos, em modo de entrevista, por um personagem anônimo. Um a um, defrontam-se com este entrevistador seus interlocutores: o Teatro, o Templo, o Rio, a Rua, o Bar, o Mirante, o Parque. Cada um tem uma perspectiva diferente, uma experiência distinta do que terá sido, de súbito, ver-se em isolamento.
Como o fazer teatral é coletivo, a companhia convidou nessa ocasião os dramaturgos Marcos Barbosa e Claudia Barral. Participaram também do projeto os pesquisadores convidados Nathália Campos (cenógrafa), Gregory Slivar (músico) e Eduardo Pizarro (arquiteto), e o professor e crítico teatral Amilton de Azevedo.
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