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Panorama das Artes
Sob a curadoria de Luis Pérez-Oramas, a 30ª Bienal de São Paulo, intitulada A Iminência das Poéticas, reúne obras de artistas nacionais e internacionais com a intenção de renovar sentidos e significados dentro do cenário artístico contemporâneo. Partilhando desse objetivo, o Sesc sela a já tradicional parceria com a Fundação Bienal atuando em três diferentes eixos: coprodução em algumas das instalações artísticas que ocupam o pavilhão, itinerância das obras para algumas unidades do interior de São Paulo em 2013 e correalização de seminários em unidades do Sesc na capital.
De acordo com a gerente adjunta da Gerência de Ação Cultural do Sesc, Flávia Andréa Carvalho, a escolha de 19 dos 101 grandes nomes participantes do evento – que vai de 7 de setembro a 9 de dezembro, no Pavilhão da Bienal, localizado no Parque do Ibirapuera – foi cuidadosamente planejada. “Nossa preocupação era que o Sesc pudesse trabalhar nessa parceria, com o recorte que fosse representativo do contexto geral da Bienal, artistas que ilustrassem o conjunto e também que coubessem nesse modelo de itinerância que vamos desenvolver no ano que vem”, explica. Entre os selecionados, estão Bispo do Rosário, Absalon, Fernando Ortega, Roberto Obregon, Guy Maddin, Hans Eijkelboom e Ferdinand Kriwet.
A partir do momento em que as instalações artísticas saírem do ambiente preparado para a Bienal, elas vão adquirir outro formato. “As obras terão um novo diálogo entre si. Vão ser exposições representativas da 30ª Bienal, porém com um novo desenho arquitetônico e com um novo conjunto de obras dentre aquelas que estão sendo exibidas no pavilhão da Bienal. Haverá, inclusive, um novo projeto expográfico para cada unidade”, explica Flávia. A princípio, o Sesc pretende expor as obras nas unidades de Bauru, São José do Rio Preto e Araraquara. “Nosso objetivo é basicamente possibilitar o acesso do público a obras importantes no contexto da arte contemporânea”, resume.
Somado a isso, o Sesc Belenzinho ainda realiza, entre os dias 6 e 8 de novembro, três seminários tratando das questões de curadoria em parceria com a Fundação Bienal. O primeiro do ciclo, com o tema “Iminências”, no dia 6, debaterá questões relativas à noção de iminência – o que é que está vindo? A morfologia da iminência, a espera como instância geradora de morfologias artísticas e neutralidades temporais. No dia 7, com o tema “Arte Contemporânea: Disciplina e Antidisciplina” a discussão tratará da especialização do artista contemporâneo. Para fechar o circuito teórico, no dia 8, o encontro abordará a relação entre o arquivo e o futuro e a iminência deste, em “Arquivar o futuro”.
“Nosso objetivo é basicamente possibilitar o acesso do público a obras importantes no contexto da arte contemporânea”
Flávia Andréa Carvalho, gerente adjunta da Gerência de Ação Cultural do Sesc
Tinta fresca
Aberta no dia 7 de agosto, a nova ocupação do projeto permanente Novos Muralistas, do Sesc Ipiranga, reúne pinturas e aplicações da dupla de grafiteiros e ilustradores Vitché e Jana Joana. A iniciativa da unidade, que segue até 16 de dezembro, joga luz sobre a importância da pintura mural na paisagem urbana, linguagem que dialoga com a arquitetura e sintetiza o princípio democrático – tanto de produção quanto de fruição – da arte pública.
O ar que respiramos
O espetáculo Oxigênio, apresentado nos dias 25 e 26 de agosto, no Sesc Belenzinho, usa como pano de fundo os turbulentos anos de 1970 para mostrar o desenrolar de um crime passional: um homem condenado, com sua amante, pelo assassinato da mulher. A fábula origina uma discussão, ao mesmo tempo polêmica e poética, sobre os dramas de uma geração e apresenta metáforas sobre o que seria o “oxigênio” que mantém vivo cada um de nós. O texto é de Ivan Viripaev, a direção de Marcio Abreu e o elenco da Companhia Brasileira de Teatro.
Magia e tecnologia
Um velho cego e um pequeno coro de “aprendizes de cegos” contam a saga da cidadezinha de Três Saudades em O Mistério do Fundo do Pote, espetáculo que o grupo Teatro Ventoforte apresentou na unidade Osasco, nos dias 13 e 20 de setembro. A fábula mistura mistérios e magias de um conto de fadas com acontecimentos não menos impressionantes do tecnológico século 21. A peça foi apresentada como parte do projeto Diálogos Cênicos, que reúne produções de teatro e dança e encontros com diretores, coreógrafos, dramaturgos e artistas.
Encontro e Comunicação
Setembro foi o mês da comunicação. Celebrando os 25 anos da revista Imprensa, o Sesc Santana recebeu entre os dias 12 e 13 o evento Midia.Jor, que reuniu grandes nomes do jornalismo para debater a complexidade da profissão e a sua importância no mundo contemporâneo. O rádio também comemorou 90 anos de existência no Sesc Vila Mariana. O Encontro de Rádio, no dia 25, organizado pelo Grupo dos Profissionais do Rádio, abordou os temas como Tendências de Consumo e Comportamento e Paisagens Sonoras – O Poder do Som.
Um milhão de cenas
Como acontece todos os anos, o CineSesc foi um dos espaços de exibição do Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo – Curta Kinoforum, realizado de 24 a 31 de agosto. Passaram pela sala mais de 160 títulos, incluindo produções brasileiras e de países das Américas, Leste Europeu, Europa, Oriente Médio e Austrália. O Curta Kinoforum é um dos maiores e mais tradicionais eventos dedicados ao formato no mundo.
“Eu comecei a tocar ouvindo rock dos anos 80 e isso deixava meu pai muito injuriado”
Daniel Gonzaga, neto de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, e filho de Gonzaguinha, no programa Metrópolis. O músico e compositor fez show no Carmo, no dia 24 de setembro
“O Tropicalismo, os Novos Baianos e os Secos e Molhados foram os grandes movimentos da música brasileira”
Pepeu Gomes, em entrevista ao site Guia da Semana (guiadasemana.com.br). O guitarrista e compositor se apresentou, nos dias 7 e 8 de setembro, no Vila Mariana
Supernova
Realizado de 4 a 16 de setembro, no Sesc Bom Retiro, o Festival de Música Nova Gilberto Mendes chegou à sua 46ª edição mostrando um rico panorama da produção do gênero no Brasil e no mundo. Entre os destaques, o francês Quarteto de Cordas Stanislas (dia 1º); o conjunto Ensemble Música Nova (6), fundado no 42º festival; e um concerto eletroacústico apresentado pelo compositor brasileiro Flo Menezes (9).
Filho de peixe
O músico e compositor Wilson Simoninha, filho de Wilson Simonal, foi destaque na programação musical do Sesc Carmo, no dia 27 de agosto. No repertório, composições suas – Homem de Gelo, É Bom Andar a Pé e Ela é Brasileira – apareceram ao lado de sucessos do pai, como Martin Luther King e País Tropical.
Vida, obra e teatro
Inspirado no universo do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), o espetáculo Eu Vi o Sol Brilhar em Toda a Sua Glória – apresentado no Sesc Consolação de 5 a 26 de setembro – estabelece um diálogo reflexivo com o autor sobre memória e esquecimento, luz e cegueira, sonho e realidade, finitude e imortalidade. Com texto e atuação de João Paulo Lorenzon e codireção de Karim da Hora, a peça fez parte do projeto Outros Contextos, que tem como objetivo difundir a vida e a obra de grandes nomes da literatura brasileira e da mundial.
Palhaçada responsável
No dia 22 de setembro, como parte da programação dedicada ao Dia da Responsabilidade Social, o Sesc Interlagos apresentou a personagem Palhaça Rubra, conhecida pelo espetáculo Jogando no Quintal e pela apresentação Banda Gigante, em um show de variedades. Misturando música e teatro, a peça interativa tem na própria plateia a inspiração para as composições musicais de improviso.
Vá de opala
O projeto do Sesc Pinheiros Conexões, que busca estreitar as relações entre a unidade e o público jovem, apresentou show com a banda Os Opalas, no dia 8 de setembro. Com Melvin Santhana nos vocais e guitarra, Renato Cardoso no baixo, Marcelo Bianca na percussão e Américo Rodrigues na bateria, o grupo apresentou músicas do seu recente CD Mistura Cultural, que mescla influências da vanguarda do samba-rock e da música negra americana – como o soul, o funk e o hip hop.
Jazz na Fábrica
Esse é o nome da mostra panorâmica, realizada pelo Sesc Pompeia e que traz a diversidade de estilos, formações e timbres do universo jazzístico, de grupos nacionais e internacionais, em shows na Choperia e no teatro da unidade. De 6 a 30 de setembro, apresentaram-se no projeto o norte-americano Cedar Walton Trio (6 e 7), o músico israelense Avishai Cohen (8 e 9) e o brasileiro César Camargo Mariano Trio (22).
Andersen do zero
Criado em 2008, ZERO é um espetáculo de teatro de animação inspirado em O Rouxinol e o Imperador, conto do dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Na peça, apresentada no Sesc Santana no dia 19 de setembro, atores, máscaras e bonecos recriam o conto de fadas, com o imperador da história original transformado no melancólico e entediado Senhor Z, um governante arrogante e sem memória, incapaz de lembrar que um dia foi criança.
Homenagem a Mia Couto
A literatura do escritor moçambicano Mia Couto deu origem à mostra que levou o nome do autor e foi realizada pelo Sesc Santo Amaro, nos dias 11, 12 e 14 de setembro. Como parte da programação, foram apresentadas montagens de textos de Couto, como Mar Me Quer, com A Outra Companhia de Teatro (11), Chuva Pasmada, com Eduardo Okamoto e Matula Teatro (12 e 13), e Gaiola das Moscas, do Grupo Peleja (14 e 15).
Balé francês
Ocorreu no teatro da unidade Vila Mariana a apresentação do francês Ballet National de Marseille, nos dias 14, 15 e 16 de setembro. Fundada em 1972 por Roland Petit, e atualmente sob a direção de Frédéric Flamand, a companhia apresentou duas obras que propõem a união de diferentes técnicas da dança: Organizing Demons, do israelita Emanuel Gat, e Tempo Vicino, da norte-americana Lucinda Childs.
Aqui do Nordeste
O projeto musical Entoada Nordestina, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Caetano do Sul, teve o apoio do Sesc São Paulo, por meio de sua unidade local, no objetivo de difundir a cultura do Nordeste brasileiro. O Sesc Santo André promoveu o show Embolada, de Peneira e Sonhador, e a apresentação do Trio Alvorada, ambos no Bosque do Povo, nos dias 22 e 23 de setembro, respectivamente.
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