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Marginais Pinheiros e Tietê
O fluxo de carros das vias que margeiam os rios Pinheiros e Tietê em nada faz lembrar o cenário do local na década de 1920. Na época, os rios eram navegáveis, possuíam clubes de regatas em suas margens e serpenteavam sobre a várzea, formando meandros para onde a água escorria na época de cheias. Com o avanço da urbanização e a ocupação dessas baixadas, São Paulo viveu décadas de discussão sobre o destino daqueles rios, impasse que teve como proposta final a criação das marginais como conhecemos hoje.
Nome original
O que se conhece por Marginal Tietê e Pinheiros é, na verdade, a junção de diversas avenidas que integram a SP-015, ou Via Prof. Simão Faiguenboim. O trecho que muita gente chama de marginal é uma parte do Anel Viário Metropolitano, que tem o mesmo status de uma rodovia estadual. Por essa razão, a via é identificada oficialmente pela sigla SP-015, como as outras estradas.
Ideia inicial
A história do projeto das marginais se inicia em 1920, quando o engenheiro e sanitarista Francisco Saturnino de Brito levou ao então prefeito José Pires do Rio uma ideia que visava garantir a integridade dos leitos com a formação de um cinturão de parques. A proposta foi considerada muito ousada e não avançou. Na década de 1930, a discussão sobre a necessidade de obras nos rios Tietê e Pinheiros foi retomada, porém com foco na circulação viária.
A opção pelas rodovias
Criado pelo engenheiro Francisco Prestes Maia, o projeto do Plano de Avenidas baseou-se em um modelo radial, com construção de avenidas ao longo das margens, implantação de um circuito de parkways e canalização dos dois rios. Durante o seu governo como prefeito, Prestes Maia colocou parte dos seus planos em prática e finalizou a retificação do Tietê. O projeto foi reforçado em 1950 pelo engenheiro norte-americano Robert Moses. Ele propôs um sistema de vias expressas radiais ligando o centro aos subúrbios e um anel viário junto aos vales do Tietê e do Pinheiros que daria acesso às rodovias Anchieta, Anhanguera e Dutra.
Construção
Iniciadas de fato nos anos 1950, as obras prosseguiram durante 20 anos, entre impasses e mudanças na administração municipal e estadual. Em 1957 foi inaugurada a primeira etapa: a avenida Marginal Direita do Tietê. O último trecho, entre a ponte Aricanduva e a divisa com Guarulhos, ficou pronto em 1977. Nos anos seguintes, aos poucos, foram adicionadas pontes e vias de ligação com outras avenidas, além de novas etapas e desmembramentos do projeto, como a inauguração da Nova Marginal Tietê em 2010.