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Como é viver com HIV hoje?
“Quando eu conto a minha história, estou alertando as pessoas com HIV: gente, não abaixa a cabeça! Somos iguais, somos fortes, temos o direito a amar, a ser feliz”. E é assim, de cabeça erguida e feliz, que Silvia Almeida vive há 22 anos com HIV. Ela descobriu ser portadora do vírus após seu marido adoecer, em 1994. Casada havia 10 anos na época, ela tomou um susto quando recebeu o diagnóstico. Mas não se deixou abater: continuou trabalhando, criou os dois filhos, aprendeu a se cuidar e passou a ajudar outras pessoas a conviverem com o vírus, além ensinar os demais sobre a importância da prevenção.
Hoje aposentada, Silvia atua como ativista e consultora para assuntos relacionados ao HIV junto a diversas organizações. Ela conversou com a EOnline na sede de um dos projetos onde trabalha, o Lá em Casa, uma academia voltada a portadores de HIV/Aids, que promove o acolhimento e a convivência entre os participantes, além da questão física e de saúde.
Para ela, há muitos avanços em relação à Aids, desde o início da epidemia: o tratamento é mais eficaz, há mais acesso a ele e mais informação disponível, mas resta muito a melhorar. “As pessoas ainda não se apropriaram dessa informação. O estigma continua grande e existe até um certo preconceito velado sobre Aids, que faz com que as pessoas deixem de se informar e de se prevenir. Muitas coisas mudaram, mas a gente continua caminhando lentamente”, afirma.
Na entrevista, ela conta como é viver com o vírus hoje, fala sobre o Dia Mundial de Luta contra a Aids, sobre preconceito, políticas públicas, saúde e convida a refletir sobre o tema sem medo e sem vergonha: “A Aids está aí, ela acontece porque estamos vivos, porque estamos amando, nos relacionando. Então a ideia é pensar: como é que eu faço para continuar a ser feliz sem me infectar? E buscar informação, sempre”.