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Ser bruxa ou não ser? Eis a questão

A montagem fez sua estréia em 2016 no Festara (Festival Nacional de Teatro de Araçatuba)
A montagem fez sua estréia em 2016 no Festara (Festival Nacional de Teatro de Araçatuba)

Não, não vamos falar de Hamlet, nem tão pouco de outra tragédia shakespeariana. 

O assunto aqui é o espetáculo Foi uma Vez um Final que se Fez, cuja personagem principal é Melindra, uma jovem que poderia ser igual a tantas outras, a não ser pelo seu destino: ser uma aprendiz de bruxa, que não tem certeza sobre sua vocação. Aos 15 anos, ela ainda tem chance de escapar do ritual que a consolida com feiticeira, e assim decide buscar outro caminho para sua felicidade.

Vivendo esta aventura, a jovem se depara com outra possibilidade de vida quando conhece dois irmãos e artistas circenses, Lolina e Toinhonhó. Buscando a salvação do circo de sua família, eles vislumbram Melindra apresentando mágicas em seu picadeiro. Esse encontro ajuda a aprendiz a escrever a própria história por meio da alegria, fugindo dos estereótipos e enfrentando os preconceitos.

Porém, nenhuma escolha da garota será fácil, pois ela tem como fiel escudeiro o Espírito de Porco. O maldoso personagem a acompanha e só permanecerá vivo se ela optar pela bruxaria e pelas travessuras. Além desses personagens, há o narrador errante, que faz a apresentação da história e algumas intervenções durante o espetáculo.

Lúdico

Encantar e divertir o público são as principais pretensões do elenco. “Queremos despertar o lado lúdico que todos nós temos e às vezes esquecemos. Mostrar que ainda podemos acreditar em finais felizes e é possível mudar nosso destino com um pouco de arte e magia”, ressalta Bárbara Teodosio, atriz e diretora da peça.

'Foi uma Vez um Final que se Fez' estreou no Festara (Festival Nacional de Teatro de Araçatuba) em 2013, e tem texto de Bárbara Teodósio, que também atua na produção. Charles Ferlete, Evandro Claudio, Renata Carvalho e Vitor Felix também incluem o elenco.

Brincadeira

Com o objetivo de pesquisar a linguagem de teatro de rua, atores araçatubenses se uniram para criar o grupo Lugar de Ser Qualquer. “O nome do grupo é uma brincadeira com o fato de o teatro ser o lugar onde podemos ser qualquer coisa, com a contradição de que na rua às vezes a gente passa por tanta como se elas não fossem algo, sem nome e história. Quando a arte se dá no espaço da rua, ela rompe com o não ser, porque quando alguém para e olha e consegue ser atingido por esta manifestação, a gente cria um novo lugar, este lugar de ser”, enfatiza Bárbara.