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6 motivos para visitar a Bienal Naïfs na reta final
Os educadores da exposição passaram os últimos três meses imersos no universo da arte naïf. Perguntamos quais são para eles as obras ou questionamentos mais interessantes que a 13ª Itinerância e a Evidências trazem para o público.
1) Qual o seu papel na sociedade?
"A Bienal Naïfs permite muita discussão política e social. É algo necessário a gente enxergar o nosso lugar e principalmente, enxergar o lugar do outro".
Larissa Dias
2) Arte: é quando a imagem delira
“Penso muito na questão da imagem que não se adequa a nada, algo que te permite e que não se encerra em si mesmo. Ao conviver com essas obras de arte naïf quis entender a potencialidade dessas imagens. A obra Santa Luzia de Isabela Stampononi é emblemática porque a artista traz um símbolo que pertence a uma determinada iconografia, mas a subverte completamente. É uma imagem poderosa”.
Mateus Mendonça
3) O que é ser ingênuo?
"Esse é o conceito que a curadoria está querendo desconstruir sobre a questão do naïf. A palavra vem do francês e uma das traduções mais próximas significa ingênuo. A curadoria entra muito na questão do que é ser ingênuo, o por que esse termo é atribuído. Acredito ser uma palavra perigosa porque parece que a pessoa não tem uma captação do que está acontecendo ao redor, é um alguém meio bobo. Sinto que atribuir o termo ingênuo é como tirar o senso crítico dessas pessoas. Acho que esta obra, Os dois lados da vida, é muito emblemática porque tem um senso crítico muito forte, então não tem como falar que é uma obra ingênua, espontânea".
Laila Pereira
4) Provocações
“É uma curadoria provocativa. As obras daqui têm muitas camadas. Em um primeiro momento ela te seduz, de uma forma muito sutil, e depois que você acessa as outras camadas isso desperta discussões muito fortes como questões de gênero, racismo, classe, preconceitos diversos e relações sociais”.
Marília Casaro
5) Saboreio
"Neste vídeo da Evidências, a educador brasileira Ana Mae Barbosa chama a atenção para uma característica que é própria da obra naïf ou da arte popular que é o saboreio da imagem. Desde o começo, quis perceber esse termo na exposição e vi que ele realmente existe. É a capacidade do público de saborear devagar aquela obra, vários sentidos, várias características e significados".
Samuel Barbosa
6) Cotidiano
“A maioria das obras da Itinerância retrata muito o cotidiano. Olhando o trabalho dos artistas, parece que as obras não estão relacionadas ao dia a dia, mas na verdade que as essas pessoas passam e as marcaram. Por isso elas reproduzem nas suas obras. As obras Meninos da Vila Cristina e Gabriel Fuzilado, de Randolpho Lamonier, são duas crônicas em tecido. Gosto muito como ele explora materialidade”.
Thabata Vecchio