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Centenário Ingmar Bergman ou quanto diz o silêncio?
Em 2018, celebra-se o centenário de nascimento do cineasta sueco Ingmar Bergman. Os filmes de Bergman nem sempre são fáceis e às vezes machucam sem que sejamos avisados com antecedência. Dramas familiares e existenciais ganham tintas carregadas na obra do diretor, que acumulou mais de trinta longa produzidos entre as décadas de 1940 e 2000. Além dos filmes que fez para o cinema, Bergman também produziu material para televisão e teatro.
Para comemorar a vida e a obra de Bergman, o CineSesc exibe entre 27 de junho e 03 de julho um recorte de sua produção: dez de seus filmes estarão em cartaz na sala da rua Augusta nesse período. São eles: Monika e o Desejo, O Sétimo Selo, Através de um Espelho, Luz de Inverno, Morangos Silvestres, O Silêncio, Persona, Gritos e Sussurros, Sonata de Outono e Fanny e Alexander. Apesar de sua produção intensa, quase incansável, Bergman conseguiu imprimir um estilo reconhecido e admirado por vários outros cineastas.
Um dos grandes mistérios desse seu estilo é justamente a capacidade de reinventar-se. O jornalista Sérgio Rizzo apontou sobre como as fronteiras do estilo foram entendidas e ampliadas por Bergman em sua trajetória: “Assim como O Sétimo Selo e Morangos Silvestres responderam juntos por um determinado entendimento entre o público e a crítica do que seria ‘berganiano’ àquela altura de sua carreira, Persona e Gritos e Sussurros são os principais responsáveis por expander o conceito, alargar o território, tornar mais complexa e misteriosa a sua interpretação.”
Os temas abordados pelo cineasta sueco mudam muito de um filme para o outro, mas sempre carregados por um silêncio contemplativo um tanto quanto perturbador. Gritos e sussurros seriam, assim, praticamente uma metáfora para o modo como Bergman apresenta questões complexas com força e ao mesmo tempo com sutileza em seus filmes. A chamada Trilogia do Silêncio (Através de um Espelho, Luz de inverno e O Silêncio) coroa o interesse do diretor em tratar de maneira taciturna tensões humanas com relações familiares e religiosas e será exibida no CineSesc.
No dia 29 de junho, a sessão do filme Morangos Silvestres será apresentada por Helen Beltrame-Linné que foi diretora da Fundação Bergmancenter e da Bergman Week entre 2014 e 2017.
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