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O baile não pode parar

As big bands embalaram noites memoráveis no interior
de São Paulo e ajudam a contar a história da música brasileira

 

Orquestras de baile influenciadas pelo sucesso das big bands norte-americanas e europeias apareceram com força na década de 1940, no interior do estado de São Paulo. E em Big Bands Paulistas: Histórias de Orquestras de Baile do Interior de São Paulo (Edições Sesc) é compartilhado o momento histórico exato dessa confluência musical. As internacionais datam do século 19, do movimento cultural associado ao ragtime, gênero popular em cidades como Nova Orleans, nos Estados Unidos. “A mescla do ragtime com hinos religiosos, a valsa, a música primitiva e marchas militares resultaria no jazz, ritmo que terminaria por encantar o mundo”, contextualiza Ildefonso Martins, que compartilha a autoria do livro com José Pedro Soares Martins.
As orquestras de origem interiorana eram a princípio amadoras ou semiprofissionais. Entre 1940 e 1970, “reinaram absolutas nas mais diversas festas e comemorações que aconteciam nas cidades do interior, que tinham o baile como atração de grande importância. Essas cidades, pela distância da capital (onde já existiam grandes orquestras), ou pelas dificuldades de transporte e estadia, tornaram-se o espaço ideal para o desenvolvimento da atividade profissional das orquestras”, explica José Pedro.

 

Maio_2018 (Matéria Gráfica_Revista E)

Auge e transformação

Catanduva, Espírito Santo do Pinhal, Franca, Guararapes, Jaboticabal, Jaú, Rio Claro, São José do Rio Preto e Tupã formaram o mapa das orquestras, cruzando os caminhos das ferrovias e evidenciando o cenário cultural e econômico crucial para o desenvolvimento do estado. A dissociação entre educação básica e ensino musical nos anos 1970 é apontada pelos autores do livro como fator relevante para a diminuição do número de bandas. Contudo, o baile segue, embalado por orquestras ainda na ativa. Hoje é possível desfrutar do som da Sul América (lançada em 1940, em Jaboticabal), Arley (criada em 1954, em Catanduva), Leopoldo (originada em 1950, em Tupã) e Tropical Jazz Band (surgida em 1975, em São José do Rio Preto).



 

 

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