Postado em
Festa dos palcos
O teatro contemporâneo ganha a cada ano visibilidade e projeção por meio de festivais e mostras realizados no Brasil. Por meio de pesquisa in loco e apostando no olhar sobre a diversidade cultural, o Mirada: Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos abrange a produção cênica de grupos da América Latina, Espanha e Portugal.
O Mirada ocorre bienalmente e a próxima edição será em setembro de 2012. “Existe uma pesquisa permanente realizada por toda a equipe do Sesc para que consigamos acompanhar as propostas estéticas que surgem dentro e fora do país. Há a preocupação de proporcionar ao público um olhar mais abrangente sobre o que tem ocorrido nas artes cênicas”, diz Sidnei C. Martins, assistente da Gerência de Ação Cultural (Geac) do Sesc São Paulo.
Outro festival que movimenta atores, diretores e plateia é o Palco Giratório que percorre, anualmente, com uma estrutura itinerante, cerca de 100 cidades brasileiras. Idealizado pelo Departamento Nacional do Sesc, o projeto está na 14ª edição e virá para São Paulo este mês com apresentações em todas as unidades. Possui uma equipe curatorial com profissionais de todos os estados brasileiros, garantindo o olhar heterogêneo sobre o que ocorre fora do circuito comercial.
Outras iniciativas que têm o Sesc São Paulo como correalizador são o Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT) e o Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente (Fentepp). O FIT tornou-se ao longo dos anos indicador de tendências e responsável por apontar novos grupos à cena nacional. No mês de julho, a edição de 2011 reuniu 39 espetáculos, dentre os quais cinco internacionais.
De companhias consagradas – Cia. do Latão, Cia. Brasileira de Teatro, Grupo Folias D’Arte – ao experimentalismo da Cia. Físico de Teatro, com o premiado Savana Glacial, é um dos mais importantes festivais latino-americanos. A equipe curatorial muda a cada ano e a seleção das peças é pautada por um tema que norteia toda a pesquisa cênica. Neste ano, buscou-se refletir sobre como os artistas lidam com a experiência do real.
Desde 2007, o Sesc São Paulo participa do Fentepp em parceira com a Secretaria de Estado de Cultura e a Secretaria Municipal de Cultura. Sem caráter competitivo, o festival tem se mostrado um importante articulador da cultura no interior do estado ao levar para o público novas vertentes do teatro nacional. Aqueles Dois, da mineira Cia. Luna Lunera e Gardênia, da paulistana El Outro de Teatro passaram pelo Fentepp e obtiveram grande sucesso de crítica e público ao excursionarem pelo país.
A próxima edição ocorrerá entre os dias 26 de agosto e 3 de setembro em diversos palcos espalhados pela cidade. “A prerrogativa para todos esses festivais é propor a circulação de peças onde o acesso é menos privilegiado. A estratégia de descentralização é muito saudável para artista e espectador, pois ambos entram em contato com realidades que desconhecem”, afirma Sidnei C. Martins, assistente da Geac.
A troca cultural entre pesquisadores, atores e diretores com grupos de outros países tem fortalecido a busca por novas linguagens cênicas. A parceria do Sesc São Paulo com o Festival de Teatro Latino e Internacional de Nova York (LITF/NY) incentiva esse diálogo ao trazer peças latino-americanas inéditas no Brasil, apresentadas em julho em Nova York, durante a 5ª edição do Teatro Stage Fest.
***NOTAS
Construindo o futuro
O Sesc Campinas inaugurou, no dia 27 de julho, novos espaços aumentando em mais 60% a área dedicada à programação. Somam-se aos equipamentos, já à disposição do público, um Galpão de Ginástica Multifuncional, um Galpão Multiuso, área de convivência e leitura, cafeteria e uma área voltada para atividades físicas. Com a ampliação, agora o público poderá desfrutar de três novas salas para a realização de cursos regulares de desenvolvimento artístico-cultural e do Espaço de Brincar para crianças de 0 a 6 anos. Os novos espaços foram inaugurados com a abertura da mostra Itinerância da 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo.
Doce Cora
Durante todo o mês de julho, os músicos tomaram conta das oficinas de criatividade do Sesc Pompeia. A programação especial de férias, que recebeu o nome de Ateliê dos Músicos, foi composta de cursos ministrados por bambas dos instrumentos, mas que têm também um pé nas artes visuais.
O DJ e VJ Flávio Reis, por exemplo, criou experiências audiovisuais com os alunos; já o músico Kiko Dinucci compartilhou seus métodos de criação em xilogravura. A grade teve até a cantora paulistana Dani Gurgel falando de fotografia, e Tulipa Ruiz mostrando o que sabe sobre ilustração.
Cultura e debate
O Diretor Regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, participou da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. Foi convidado para realizar a abertura do evento, no dia 11 de julho, do programa “Universidade viva, cultura plural” e proferiu a conferência “A cultura brasileira no século 21: novas formas de gestão, produção e fruição”. Entre os conferencistas, também estavam o Ministro Aloizio Mercadante e o filósofo Renato Janine Ribeiro.
De grudar na cadeira
O CineSesc realizou, durante o mês de julho, uma mostra com 20 clássicos do mestre do suspense: o cineasta inglês Alfred Hitchcock. Como não poderia deixar de ser, fizeram parte da seleção os cultuados Os Pássaros (1963), exibido no dia 9 de julho, Psicose (1960) e Disque M Para Matar (1954), filmes do dia 10 de julho. A mostra foi realizada em parceria com o Ministério da Cultura e o Centro Cultural Banco do Brasil.
Homenagem
O Sesc São Paulo foi homenageado durante a comemoração do 29º aniversário da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), realizada no dia 29 de junho. Em razão do “importante envolvimento do Sesc com as causas sociais”, conforme definiu o comunicado oficial, a instituição recebeu do Conselho Deliberativo da Avape a menção como “empresa que apoia a causa das pessoas com deficiência”.
Teatro sutil
Como parte da Mostra Sutil Companhia de Teatro 18 Anos, o Sesc Belenzinho apresentou dois espetáculos do grupo dirigido por Felipe Hirsch, nos meses de junho e julho. No dia 18 de junho, houve a estreia de Trilhas Sonoras de Amor Perdidas, em cartaz até 31 de julho, que conta a história do dono de um apaixonado por fitas cassetes que quer resgatar as trilhas perdidas do título. De 23 de junho a 7 de julho foi a vez de Thom Pain – Lady Grey apresentar as reflexões de um homem que perdeu seu amor.
Bem acompanhados
A dupla Sá & Guarabyra foi o destaque da programação musical da unidade Carmo em junho. Dentro do projeto Segunda no Carmo, o show A Dois apresentou uma coletânea de sucessos escolhidos entre as quase 200 composições gravadas ao longo de 38 anos de carreira.
De solidão e amor
À beira da dissolução, a família Coleman – a avó, a filha e os quatro netos – vive na pobreza, numa casa que a protege do mundo, mas a confina uma grande solidão. Esse é o enredo do espetáculo argentino La Omisión de la Familia Coleman, apresentado de 22 a 26 de junho no Sesc Consolação. A peça é dirigida por Cláudio Tolcachir.
Cultura do Norte
Um belo desfile de lendas da Amazônia. Assim pode ser descrita a peça infantil Mistérios da Mata, com a Cia. Mapinguary, que utiliza objetos indígenas em seu teatro de sombras. A serpente arco-íris, o Curupira, o pai do mato, a vitória-régia, o uirapuru e o mapinguary são alguns personagens desse imaginário que surgem para contar suas histórias. O espetáculo fez parte das atividades do Sesc Interlagos do dia 3 de julho.
Ao som da viola
O projeto especial Viola Cantadeira, realizado pelo Sesc Ipiranga, reuniu uma verdadeira constelação de violeiros em shows apresentados no mês de junho. Entre as estrelas, Renato Teixeira, no dia 18, e Pereira da Viola e Paulo Freire, no dia 23 – data que ainda teve Cláudio Lacerda no espetáculo Conversas, Causos e Canções.
Brasil para todos
O especial Tramas e Causos reuniu teatro, música, dança e uma programação especial para os pequenos no Sesc Osasco em junho. Entre os destaques, a peça Fulana dos Três Santos, com o Grupo de Cultura Popular Lira dos Autos, no dia 23, que misturou texto com manifestações culturais como o coco, o bumba meu boi e a ciranda. No dia 30, foi a vez de Índio Cachoeira e Cuitelinho mostrarem sua música. Para as crianças, foi apresentado o show São João do Carneirinho, da Cia. Cabelo de Maria, que faz homenagem a Luiz Gonzaga e a outros nomes e ritmos brasileiros.
Pelos ares
O Circo Amarillo “mudou-se” para o Sesc Pinheiros, no mês de junho, com o espetáculo Experimentando Circo. As performances mesclaram teatro, música, dança e técnicas clássicas, como o arame e o malabarismo. Entre os destaques, apresentações com trapézio realizadas nos dias 23, 24 e 25, na praça da unidade.
Música para ver
Durante todo o mês de julho, os músicos tomaram conta das oficinas de criatividade do Sesc Pompeia. A programação especial de férias, que recebeu o nome de Ateliê dos Músicos, foi composta de cursos ministrados por bambas dos instrumentos, mas que têm também um pé nas artes visuais. O DJ e VJ Flávio Reis, por exemplo, criou experiências audiovisuais com os alunos; já o músico Kiko Dinucci compartilhou seus métodos de criação em xilogravura. A grade teve até a cantora paulistana Dani Gurgel falando de fotografia, e Tulipa Ruiz mostrando o que sabe sobre ilustração.
Grande encontro
A unidade Santana apresentou, no dia 23 de junho, o show Banda Mantiqueira Convida Mônica Salmaso. Formado em 1991, o grupo tem repertório calcado em grandes compositores de música popular brasileira, como Pixinguinha, Tom Jobim, Cartola e Nelson Cavaquinho. Nessa apresentação, as canções ganharam um toque ainda mais especial na voz da convidada especial. O mesmo show foi apresentado no dia 29, em Guarulhos, também como atividade da unidade.
Melhores referências
O espetáculo de dança-teatro da Cia. Perversos Polimorfos Banksy Bang foi inspirado na obra do artista plástico britânico Banksy e nos textos Hamletmaschine, do escritor alemão Heiner Müller, e Terrorismo Poético, do norte-americano Hakim Bey. Além desse alicerce de respeito, os personagens da coreografia são ainda Hamlet, Ofélia e Horácio, saídos da obra do dramaturgo inglês William Shakespeare. A apresentação foi na unidade Santo André, no dia oito de julho.
Arte na cidade
No Teatro Santos Dumont, em São Caetano, região do ABC, o show Baita Negão, da cantora Virgínia Rosa, foi realizado, no dia trinta de junho, como parte da programação da unidade do Sesc no município. O título escolhido por Virgínia vem do apelido do compositor, cantor, ator e artista plástico Monsueto Campos de Meneses, homenageado pela cantora.
Frases
“Eu gosto do Twitter. Tentei o Facebook e desisti, começaram a querer criar fazendinha comigo (risos). Fechei. Pra mim, o Twitter é libertador”
Marina Lima ao jornal eletrônico Último Segundo (ultimosegundo.ig.com.br). A cantora fez show no dia vinte e seis de junho, no Sesc Vila Mariana
“Há muitos alimentos descartados que estão próprios para o consumo e que servem para alimentar muita gente”
Luciana Curvello Gonçalves, nutricionista e coordenadora do Mesa Brasil para o Globo Repórter. A reportagem acompanhou a rotina dos profissionais envolvidos no projeto realizado pelo Sesc. Para conferir acesse sescsp.org.br/sesc/mesabrasilsp/oquee