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Onde Mora a violência?
“Conheci uma senhora que tinha trabalhado mais de 30 anos num posto de saúde da prefeitura, aposentada, vivia com sua família numerosa e, constantemente, atendia as necessidades dos seus netos e bisnetos. Quando a gente a encontrava na rua perguntava ‘como vai a senhora?’, ela dizia ‘Ah! Vou indo, o reumatismo tem me atacado muito, mas o meu dinheiro nunca sobra pra comprar remédio’, ela nem se dava conta que estava sofrendo uma violência”. Ana Meri Costa, 64 anos.
“Anos atrás eu costumava ir com minha irmã há um asilo para conversar com os idosos. Havia um senhor português, que me chamou atenção, em particular. Ele sempre nos pedia pra levá-lo conosco, como se fosse uma visita, só pra poder sair de dentro do asilo. Chegou a me dar um número de telefone, e eu liguei, o primo disse que o velho era louco. No asilo, fiquei sabendo que quatro anos antes, a família esteva lá, primos o fizeram assinar uma procuração pra cuidarem de sua casa e dos seus bens”. Ervelina Semerjian, 78 anos.
“60% dos suspeitos de cometerem violências contra idosos são filhos e netos. Da forma como a gente vive tão proximamente, isso pode significar que do outro lado da sua parede ou na casa ao lado, uma violência pode estar sendo cometida contra um idoso”. Wania Ferreira da Costa, 60 anos
Violência física
Violência psicológica
Violência emocional
Violência financeira
Violência sexual
Negligencia
Abandono
Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, situações de violência contra a pessoa idosa “são ações ou omissões cometidas uma vez ou muitas vezes, prejudicando a integridade física e emocional da pessoa idosa, impedindo o desempenho de seu papel social”.
Os dados do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) de 2018, apontam que 78% das denúncias de violência contra a pessoa idosa acontecem no ambiente doméstico da vítima, e que 60% dos suspeitos de cometer a violência são filhos(as) ou netos(as).
Atualmente, para se protegerem da pandemia da Covid-19, muitas pessoas idosas encontram-se em suas residências, com familiares ou em situação de isolamento social. Além do aumento de denuncias de violação de direitos, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, esse afastamento pode levar a idosa ou idoso a um quadro de profunda tristeza e solidão, sobretudo àqueles que já vivem sozinhos.
Buscando trazer a reflexão sobre a segurança nas residências e o papel de cada um na construção de uma convivência harmoniosa entre famílias e gerações, o Sesc São Paulo promove a Campanha de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, com o tema: Onde mora a violência?, que, neste ano acontece, de 15 a 21 de junho, no Portal e nas redes sociais do Sesc São Paulo e de suas unidades na capital, interior e litoral.
Valorizar o processo de envelhecimento e fortalecer as redes de apoio são pontos essenciais para fomentar o exercício coletivo do cuidado e da segurança das pessoas idosas nas suas relações cotidianas.
Ana Costa, Ervelina Semerjian, Wania Costa e Elísio Faria, frequentadores do Programa Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo, pelas unidades Vila Mariana e Rio Preto, compartilham algumas histórias e falam sobre a importância da conscientização desses vários tipos de violência que podem acontecer com a pessoa idosa.
Você conhece o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003)? Ele aponta claramente que “é dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.” Clique aqui para saber mais.
Denuncie a violência contra a pessoa idosa
- Disque Direitos Humanos - Disque 100 - 24 horas
- Procure a Delegacia Online da Policia Civil do seu estado ou disque 190 (Polícia Militar)
#Sesc_contraviolencia
Clique aqui para saber mais.
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Esta Campanha faz parte do Programa Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo, que por meio de atividades socioculturais e educativas, voltadas ao cidadão acima de 60 anos, busca promover, principalmente, a sociabilização, a reflexão sobre o envelhecimento, o desenvolvimento de novas habilidades e a integração com as demais gerações.