Postado em
Os dois lados da moeda
Sabidamente um dos maiores aglomerados urbanos do planeta, São Paulo é uma cidade moderna que está se transformando rapidamente numa vibrante capital dos negócios, dos grandes centros de compras, dos eventos, da gastronomia e da medicina avançada, atraindo, como sempre, aventureiros daqui e de fora. Mas esse agigantamento tem cobrado um preço elevado, notadamente em relação ao ecossistema. Um estudo divulgado em 2012 pela WWF Brasil, organização voltada à preservação do meio ambiente, mostra que a pegada ecológica (a área necessária para produzir tudo o que um paulistano médio consome) de cada habitante da metrópole é de 4,38 hectares, contra 2,7 hectares da média mundial. A aquisição de artigos como roupas, móveis, cigarros e itens de decoração também contribui para elevar o rastro de consumo deixado pelos moradores, assim como a quantidade de combustível gasta em deslocamentos com transporte público ou carro particular, conforme relato da reportagem “Consumo Desenfreado”.
Por outro lado, a magnitude de São Paulo tem permitido a colheita de bons resultados em áreas sensíveis, como a da cultura, em que o número expressivo de teatros (mais de cem) permite que se mantenham dezenas de peças simultaneamente em cartaz (“O Teatro e seus Bastidores”), mediante a montagem de espetáculos de todas as linhas artísticas, desde os grandes musicais da Broadway ao teatro clássico e de vanguarda.
Também foi o tamanho e a importância da metrópole que levou à criação, décadas atrás, do Museu de Arte de São Paulo – Masp (“Como Ele Há Poucos no Mundo”), um dos mais importantes do gênero e cujo acervo, distribuído em 11 mil metros quadrados em cinco pavimentos, guarda 8 mil peças de valor inestimável, preciosidades da arte ocidental do século 4 a.C. até a atualidade. Graças à qualidade das obras expostas, o Masp integra o Clube dos 19, do qual participam apenas os guardiões dos acervos mais representativos da arte europeia do século 19, a exemplo do Museu d’Orsay, de Paris, do Metropolitan Museum, de Nova York, e da Tate Gallery, de Londres.
O fitness é outro assunto tratado pela redação, segmento integrado no Brasil por 25 mil academias e 7 milhões de usuários, universo empresarial que movimentou, apenas em 2012, alguma coisa ao redor de US$ 2,4 bilhões, números que colocam o país no segundo lugar no ranking mundial do setor.
Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac