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Ilustração: Leandro Shesko
Ilustração: Leandro Shesko

Por: JORGE LEÃO TEIXEIRA

Janela adocicada – A criatividade, assim como o universo, não tem fim, é infinita. O indivíduo criativo sempre parte de alguma coisa que já existe para gerar algo novo, exatamente como fez Iara Battoni, 27 anos, da cidade de Amparo (SP), que está utilizando a janela de seu quarto como balcão para comercializar doces. A “Janela da Namoradeira”, como Iara, que é artista plástica, batizou seu pequeno empreendimento, é enfeitada com painéis decorativos que ela mesma pintou, e fica aberta nas tardes de quinta a domingo. Em entrevista à imprensa ela contou que faz os próprios doces (brigadeiro, cupcake, estrogonofe de nozes e de negresco, palha italiana, pão de mel, além de chocolate quente e gelado conforme a estação do ano) e que conseguiu convencer a prefeitura a manter seu pequeno comércio do jeito como foi criado. “Queriam que eu abrisse uma loja, mas consegui mostrar a eles que o diferencial era a janela e mantive o modelo de negócio”.

Mensagem oceânica – Os pescadores de Kiel, na Alemanha, içaram a rede como de costume, só que, desta vez, além de peixes, veio junto uma garrafa. Ao abri-la, aqueles homens dados a todo tipo de surpresa no mar ficaram simplesmente estupefatos. De dentro não saiu nenhum gênio disposto a atender três pedidos, mas uma mensagem datada de 1913, possivelmente a mais antiga do gênero até agora encontrada.

Cientista mirim – O mundo atual virou um lugar de recordes. Quem é capaz de comer mais hambúrgueres em meia hora? Quem é capaz de atravessar o Canal da Mancha em menos tempo? Quem é capaz de arremessar mais longe um celular? Ou, quem é capaz de desenvolver um reator nuclear ainda na mais tenra idade? O estudante inglês Jamie Edwards, de 13 anos, tornou-se o mais jovem mortal a obter tal proeza, passando para trás um americano de 14 anos que, tempos atrás, havia conseguido lograr o mesmo êxito.

Moscas à la carte – Você teria coragem de comer moscas caso se perdesse em algum ponto remoto do planeta? Não? Pois o alemão Daniel Dudzisz teve. Atravessando a pé uma vasta região da Austrália, ele acabou ficando isolado em uma floresta inundada devido à elevação das águas dos rios. Foram dez dias de penúria, e à medida que o tempo passava, Dudzisz ficava sem o que comer. Depois que o feijão enlatado e os cereais acabaram, ele descobriu, mesmo contrariado, que as moscas australianas são nutritivas. Fartou-se com elas até ser achado pela polícia, que havia montado uma grande operação por terra e por ar para encontrar o turista perdido.

Gatunos azarados – Aconteceu no interior de São Paulo, numa cidade com menos de 50 mil habitantes e ainda não propriamente acostumada com aquele tipo de delito. Pessoas posteriormente identificadas pela polícia, mas que juraram de pés juntos que não tinham nada a ver com o ocorrido, aproveitando-se da ausência dos proprietários abriram à força a porta da cozinha de uma residência centenária. Tiraram da parede, sabe-se lá Deus como, um cofre de 200 quilos, que foi colocado no assento de trás de um carro, saindo a toda velocidade na esperança de não serem vistos. Todavia, numa curva, ainda no perímetro urbano, a porta do veículo se abriu e o cofre caiu no asfalto. E de onde deveriam jorrar muitos reais, segundo a ótica dos ladrões, escorreram para a liberdade milhares de valiosas moedas do tempo do Império. Uma riqueza que não era do conhecimento nem dos atuais donos do imóvel, que estão na casa há mais de 40 anos, mas, sem chave ou senha, nunca tiveram acesso ao interior da misteriosa caixa-forte.

Deu no NYT – Nunca é tarde para reparações. O “New York Times” fez a correção de um texto de 20 de janeiro de 1853, portanto, 161 anos atrás, que narrava a história que deu origem ao enredo 12 Anos de Escravidão, vencedor do Oscar de melhor filme de 2014. E não se tratava de nenhum erro grosseiro, ao contrário, apenas de letras trocadas. O nome de Solomon Northup, figura central do drama, apareceu na reportagem original como Northrop.
A obra é baseada nas memórias de Solomon Northup, negro livre do norte dos Estados Unidos, em 1841 (no cinema interpretado por Chiwetel Ejiofor), que é sequestrado ao se afastar da cidade onde mora por motivo de trabalho, acorrentado e vendido como escravo, sofre todo tipo de rebaixamento moral até reconquistar a liberdade.