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Mosaico
por Jorge Leão Teixeira
Garrafadas providenciais – Um dos maiores sucessos da Rio+20 foi o pajé tupi-guarani Tobi, de 64 anos, que acampou no Aterro do Flamengo em trajes típicos com a intenção de vender seu estoque de garrafadas feitas de ervas. O produto, segundo ele, é recomendado para a cura da impotência e o tratamento de 32 outros males, dos mais simples aos mais sérios. Naquela oportunidade, cada garrafada estava sendo vendida a R$ 20, mas a “Especial” não saía por menos de R$ 100, com direito à devolução do dinheiro se, “após seis meses, não render o efeito esperado”. O pajé Tobi jura que em 50 anos de labuta nunca precisou retornar um tostão à freguesia.
Vale tudo na faxina – A justiça do trabalhador decidiu leiloar bens penhorados em diversos estados por empresas que alegam não ter dinheiro para pagar, a título de indenização, as quantias a que foram condenadas. Entre os itens listados para ir a leilão figuram um par de sandálias havaianas, 600 quilos de mariola, três vestidos de noiva, 73 biquínis, dez caixões de madeira com acabamento interno branco e visores de vidro, duas TVs e até um clube com 62 mil metros quadrados em Alagoas.
Vaca assanhada – Uma vaca que se afastou do rebanho na cidade alemã de Quickborn invadiu uma casa depois de se ver refletida no vidro da janela da cozinha e, supõe-se, imaginar que se tratava de uma de suas companheiras de pastagem. Antes que a cozinhassem e a transformassem numa saborosa “vaca atolada”, um veterinário convocado às pressas anestesiou a fugitiva e providenciou sua devolução ao local de onde havia escapado.
Cá entre nós... – Um diplomata de língua viperina definiu a Rio+20 como “uma Torre de Noé”, e explicava sua definição dizendo que ela mais parecia um coquetel de Torre de Babel com Arca de Noé. A maldade foi ouvida e anotada pelo colunista Ancelmo Gois, que divulgou a informação e aproveitou para noticiar que a clínica de Ivo Pitanguy havia recebido a visita de muitas mulheres de figurões de além-mar, interessadas em ganhar um visual “Rio menos 20 anos”.
Aviso aos namoradores – Namorar está cada vez mais caro, garante uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), que catalogou majoração de gastos em teatro (13,41%), motéis (12,69%), roupas masculinas (7,91%), roupas femininas (6,71%), cinema (7,86%), restaurantes (6,14%), calçados femininos (4,27%), calçados masculinos (3,8%), cintos, bolsas e perfumes (2,93%), e relógios e bijuterias (2,7%). A pesquisa ignorou os gastos com o namorico pelo telefone.
Crédito no além – Maria Inês de Oliveira, dona de casa carioca, tomou um susto ao abrir uma carta endereçada a sua mãe, morta há 35 anos. Na correspondência, uma financeira comunicava que fizera uma avaliação positiva do perfil da falecida e tinha a satisfação de lhe oferecer um cartão de crédito. Indignada, Maria Inês interpelou a ofertante, tendo a empresa argumentado que a culpa era da Receita Federal, uma vez que o CPF de dona Jurema mostrava que ela continuava vivinha da silva...
Trocadilho numérico – A terceira edição do Desafio da Paz, que reuniu 2 mil alegres atletas no Complexo do Alemão, favelão pacificado do Rio de Janeiro, contou com a participação do secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame. Maratonista de fins de semana, Beltrame recebeu em sua camiseta o número 1.711, motivo para risadas por conta do artigo 171 do Código Penal, que tipifica o crime de estelionato. Bem-humorado, o secretário fez questão de manter o número, apesar dos esforços dos organizadores da prova, que tentaram dar um jeitinho para substituir a “fatalidade” numérica.
Religiosidade – Motorista carioca faz sucesso com uma placa colocada na traseira de seu carro, com os seguintes dizeres: “O político brasileiro é o mais religioso do mundo. Em cada obra ele leva um terço...”
Concorrência séria – Os traficantes que sobrevivem nas favelas cariocas lançaram uma campanha contra o consumo de crack, cujo crescimento, além de criar problemas devido à repressão policial, acaba reduzindo seu faturamento e encorpando um exército de zumbis que vão perdendo o interesse pela cocaína, pela maconha e por outras drogas mais lucrativas. A coisa anda tão séria que o tráfico vem inundando sua área operacional com cartazes em que estimula o fim das cracolândias.